Pensando em
uma forma de aproximar a filosofia do contexto dos estudantes do Ensino Médio,
o projeto "Filocanção", formulado pela bolsista Dora Lopes, propõe
uma abordagem de questões filosóficas importantes, tais como ética, moral,
alienação, ideologia, existência, determinismo, livre-arbítrio, mutabilidade,
morte, autonomia, felicidade, tecnologia, etc., por meio da escuta e
interpretação de letras de canções, da música popular brasileira – MPB. O
objetivo é despertar, nos estudantes, críticas e reflexões partindo dos temas
cotidianos, apresentados pelas músicas, porém fazendo um “link” nos textos
clássicos da filosofia. A utilização da música, na sala de aula, insere um
elemento didático de caráter lúdico e de linguagem mais acessível. Podendo promover
uma maior receptividade para questões filosóficas, que muitas vezes não é
apreendida pela simples leitura dos textos clássicos ou do livro didático.
Desta forma a música promove uma maior abertura dos estudantes, provocando uma
quebra da postura de rejeição frente à filosofia, tida como de difícil
compreensão, chata e essencialmente ateia.
Para iniciar o projeto, foram escolhidas um total de seis
músicas: duas músicas do pop rock:
Admirável Chip Novo, de Pitty; e A televisão, dos Titãs, e quatro músicas de
diversos gêneros: Depende de Nós, de Ivan Lins; Tocando Em Frente, de Almir
Sater; Cérebro Eletrônico, de Gilberto Gil e Sobradinho, de Sá e Guarabira. O
norte dessa escolha foi trazer músicas conhecidas, que utilize m uma linguagem
bem acessível e que tenham um discurso mais direto. Com essas seis músicas
iniciais, são tratados temas como, liberdade e determinismo, consumismo,
alienação, papel político do homem, existencialismo, vida e morte, revolução
científica.
Como ilustração da atividade, segue música da artista Pitty,
Admirável Mundo Novo, e os exercícios propostos aos estudantes a partir da
escuta da música em sala de aula.
Admirável Chip Novo
Pitty
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não, senhor, sim, senhor
Não, senhor, sim, senhor
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não, senhor, sim, senhor
Não, senhor, sim, senhor
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Hora de filosofar:
1. Destaque na letra da música quais os imperativos de
comando, que influenciam ou corrompem nossas escolhas. Diga quais as fontes
desses comandos na atualidade.
2. A música retrata o modo como somos “programados” a
realizar escolhas que beneficiam os outros. Em que parte da música aparece o
mecanismo utilizado para que tudo continue igual?
3. A liberdade pode ser expressa nas escolhas que fazemos
durante todo o tempo. Diga como é possível agir com liberdade, diante do apelo
consumista contemporâneo.
4. Você ou alguém de seu convívio já foi influenciado por
propagandas a adquirir algo que não tinha tanta necessidade? Exemplifique.
Leitura recomendada - Poema de Carlos Drummond de Andrade:
Eu etiqueta.
PIBID DE FILOSOFIA
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