Por: Prof. Esp. Ricardo de Moura Borges.
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Certificado - O Jornal O Corujinha - apresentação na Universidade Estadual do Vale do Acaraú - CE |
Este texto descritivo procura direcionar o leitor a percepção de como o saber escolar/acadêmico está presente na vida cotidiana de um jovem professor de filosofia. Portanto, encontrei essa forma de relatar os principais acontecimentos do ano de 2018, para fazer entender que a vida escolar/ acadêmica está unida aos nossos sonhos, projetos e objetivos que traçamos em nosso caminhar.
Ao colocar vida escolar/acadêmica procuro traçar um olhar que resgata o estudante que fui no ensino fundamental e no ensino médio juntamente com o estudante da academia que sou no presente momento associando as pequenas experiências de professor que estou adquirindo desde o ano de 2015.
E foi justamente em 2015, ao passar no concurso para professor celetista do estado do Piauí, onde fui designado a ministrar aulas de sociologia que despertei o primeiro interesse de forma mais intensa pela disciplina. Nesse período ainda estava na formação no curso de História da Universidade Federal do Piauí, no campus de Picos, e ao ter contato com o livro de sociologia e com a realidade do alunado da escola pública, percebi o quanto deveria estudar cada vez mais para trazer esse conhecimento a uma realidade mais acessível.
Debrucei-me sobre o livro didático ao quando li da capa até a contra capa do livro, e confesso que muitos dos temas da sociologia se tornavam distantes da minha formação acadêmica quer no campo da História, quer no campo da Filosofia, onde estava prestes a me formar nos finais do ano de 2015. Mesmo recebendo um salário não condizente com a atividade de professor ( tendo em vista que um professor celetista ganha bem menos que um professor efetivo do estado), não pensei duas vezes, e comecei a procurar uma forma de ampliar os conhecimentos no campo da Sociologia.
Com os primeiros quatro meses de professor, preparando a formatura em História no ano de 2016 e após concluí-la, ingressei no mês de agosto de 2016 no curso de Licenciatura em Sociologia ofertado pela UNINTER, um curso EaD, que está me proporcionando uma formação mais ampla, tendo em vista que cada área do conhecimento possui sua especificidade, seu linguajar, ou seja, seu ethos, termo que usamos na filosofia para entender a casa, morada específica.
Nessa experiência quebrei o preconceito que antes tinha, por cursar presencialmente o curso de História, via o curso EaD, como de pouca qualidade, mas depois percebi que se não houvesse engajamento em leituras e estudos, discussões e na realização das avaliações em pouco tempo seria reprovado no curso. Então, montei a estratégia de ler completamente os livros da graduação e fazer resenhas e disponibilizá-las neste blog com a finalidade de difundir o conhecimento, pois como dizem os antigos latinos: "a repetição é a mãe dos estudos". Não me refiro a repetição vaga e sem sentido, mas aquela da qual internalizamos o conhecimento, e temos a necessidade de comunicar com o mundo o que foi aprendido. Isso me ajudou muito nas avaliações da universidade quer seja presencial ou EaD, salientando que a universidade EaD particular ao proporcionar os livros físicos, nos fornecem instrumentos que podemos trabalhar no futuro em nossas profissões, no meu caso, já os trabalho em sala de aula, quando existem temas pertinentes ou correlatos aqueles que são trabalhados em sala de aula.
No ano de 2017 houve a escolha do livro didático, do quando o mesmo livro que havia escolhido para ser adotado na escola, NÃO foi adotado nas escola que trabalho, o que de início me causou uma pequena indignação e reflexão ao entender o jogo mercadológico, ou seja, social que existe para a distribuição dos livros didáticos. E lá fui novamente a me debruçar sobre os conteúdos, formas, metodologias do livro didático atual. Isso me fez perceber que os temas do livro didático mudam no decorrer das trocas do livro, a sociologia como disciplina recente ainda passa por um processo de consolidação e discussão para a permanência da mesma no ensino médio.
Mas o desafio realmente começou no campo da sociologia quando adentrei no Mestrado Profissional em Sociologia do qual obtive a aprovação no início deste ano. Como a aprovação ocorreu pós período letivo, não houve a possibilidade de reorganização dos dias de trabalho que ficaram distribuídos nas terça-feiras e quinta-ferias de cada semana. Os dias do mestrado inicialmente no primeiro período se deram de quarta até a sexta, o que me levou a pagar uma professora substituta para ficar nos dias referentes a quinta-feira ( um absurdo se pensarmos com o olhar econômico apenas, onde o professor celetista que ganha menos de um salário mínimo agora além de arcar com as despesas das viagens, deveria justamente pagar a outrem para substituí-lo). Mas foi isso que aconteceu até o presente momento enquanto escrevo este breve texto.
Contudo, vale ressaltar as alegrias e vitórias proporcionadas no decorrer do ano de 2018, tais como a consolidação da formação acadêmica a partir dos desafios, e a constante busca pelo conhecimento de mundo, demonstrando que não ensinamos os nossos alunos para a vida, pois a própria vida se faz cotidianamente no espaço escolar, e para nós professores a escola é o melhor lugar, ou seja, é o nosso laboratório vivo experimentamos o cotidiano.
Desse laboratório surgiu no início de 2018 O Jornal O Corujinha que foi uma proposta de cunho sociológico e filosófico de fazer presente o pensamento dos agentes escolares, professores, alunos, merendeiras, vigias, enfim, todos que proporcionam conhecimento, fazendo perceber que o livro didático é apenas um instrumento, que deve ser lido, criticado, apreciado e reformulado, pois as pessoas que compõe a escola são produtoras de conhecimento.
Cada ano letivo com suas aventuras e desventuras, e justamente em 2018 é um ano de comemoração, mesmo sabendo que a luta continua a cada dia, pois no próximo ano é que vem a qualificação do mestrado e a conclusão da graduação em sociologia. Mas é perceber que as vitórias são feitas a partir de pequenas lutas que são dadas no cotidiano. Já no segundo semestre do mestrado a percepção ampliou-se por causa dos textos lidos, das viagens feitas, dos amigos que se fizeram presentes e dos desafios que foram enfrentados com amor e confiança.
Penso que o Jornal O Corujinha foi um instrumento que fomentou o conhecimento, onde muitos escritores passaram a se reconhecer no espaço escolar e ampliou o conhecimento sobre a sociologia, pois é uma disciplina que só tem vez e voz na sala de aula apenas uma vez por semana. O jorna escolar ampliou esses dias para a discussão sobre diversos temas tais como: desigualdade social, politica e meio social, sociedade de consumo, cultura, religião, economia e sociedade. Essa interdisciplinariedade, buscou nivelar uma hierarquia que em muitos momentos pode não ser positiva para a construção do conhecimento.
Iniciamos o ano publicando algumas resenhas de livros de cunho filosófico, sociológico e filosófico, justamente com o intuito de fomentar o gosto pela leitura e a disseminação do conhecimento, posteriormente com o lançamento do Jornal Escolar, muitos agentes escolares contribuíram com o conhecimento artístico com desenhos, também com indicações de livros e filmes e esperamos que o projeto Jornal O Corujinha continue e seja ampliado no próximo ano, referente a esse aspecto acrescentamos a parceria com o desenvolvedor do aplicativo Flávio Sarandy, do aplicativo SOCIOLOGIA XXI, gostou do projeto escolar e divulga as edições mensais no aplicativo que tem o mesmo nome: SOCIOLOGIA XXI.
Dessa forma, percebemos que quando estudamos determinado conteúdo por amor e dedicação, estes começam a dar frutos, sendo que o conhecimento extrapola das paredes da sala de aula, sendo que o aluno deixa de ser aluno ( palavra que vem do latim que significa sem luz), para se tornar estudante, ou seja, aquele que busca, que questiona, que produz conhecimento e interage com a escola, movendo também os " argumentos de autoridade", quer sejam aqueles diplomados como no meu caso, que fiquei inquieto, e continuo assim com vontade de buscar conhecer cada vez mais, reconhecendo sempre a nossa pequenez, ignorância como nos lembra muito bem o filósofo Sócrates, promovendo inovação no cotidiano de nossa existência.
Mas quando o senhor terminar o mestrado em Sociologia e a graduação nessa área é hora de se aquietar ? - foi o que perguntou um aluno do 2º ano do ensino médio em sala de aula. Parei, refleti e respondi: Uma alma inquieta nunca pode ficar parada, pois " uma vida sem busca não é digna de ser vivida", parafraseando mais uma vez o filósofo grego. Portanto, não me dirijo apenas a vida acadêmica, mas sim afirmando que sempre devemos atualizar, procurar e refletir sobre a produção de conhecimento. Um mestrado é importante sim, mas o que realmente faz o mestrado ter valor são as horas de sono perdidas ao tentar entender os textos dos sociólogos clássicos e contemporâneos, é a capacidade de análise e síntese para a produção de conhecimento, assim como me ocorreram nas graduações e como ocorre na graduação em sociologia. Espero sim, dar continuidade acadêmica, produzindo a partir da realidade da qual estou inserido, com meus limites intelectuais, demonstrando sempre a guarra e o desejo de superá-las.
Feliz festas de fim de ano caro leitor e até as próximas publicações!
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Universidade Estadual do Vale do Acaraú - Mestrado em Sociologia |
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Universidade Estadual do Vale do Acaraú |
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Universidade Estadual do Vale do Acaraú |
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Professor de Filosofia na Escola Estadual Pedro Evangelista Caminha - Geminiano - PI |
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Igreja São Francisco - lugar onde fui acolhido para hospedagem para o Mestrado |
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Refeitório do Convento São Francisco - Hospedagem para o Mestrado |
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Professor de Filosofia - Convento São Francisco em Sobral - CE |
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Aula do Mestrado em Sociologia |
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aula do mestrado em sociologia |
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Arco de Nossa Senhora em Sobral Ceará |
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Sobral - CE |
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Sobral - CE |
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Colégio São Lucas - filosofia no ensino fundamental |
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Igreja São Francisco no convento - Sobral Ceará |
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Formação - Colégio São Lucas - Picos - PI |
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Professor analisando a exposição do Trabalho de relato sobre o Jornal O Corujinha - Sobral - CE. |
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Alunos do Mestrado em Sociologia |
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Sala de computação da Universidade Estadual do Ceará |
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Convento - Sobral - CE |
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Biblioteca do Convento São Francisco em Sobral - CE |
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Mural da Escola - Jornal O Corujinha |
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Seminarista e o frei Nazário - Convento São Francisco - Sobral - CE |
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