quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Como ser um bom Professor ?




A reflexão sobre como ser um bom professor está imbuída de inúmeras questões, dentre elas, podemos destacar: Para quem ensinar? Em que contexto ensinar hoje? Como agir diante das necessidades de cada realidade apresentada na escola? Quais as prioridades educacionais? O que é ser professor? 
Muitos professores infelizmente, encontram-se engessados em um modo de fazer, que lhes impedem de ver para a além da situação.
Hoje os apelos educacionais são diversos e as tarefas são inúmeras, contudo percebemos que com o tempo, as tarefas da escola são deixadas de lado, onde professores x ou y colocam outras prioridades acima delas, e ainda pior, onde o professor b que faz as atividades da escola é taxado como o "aquele que não faz nada", e por isso " teve tempo para realizar tarefas de suma importância próprias da escola", ou seja, fazer o correto  tornou-se errado, tendo em vista que "as prioridades são outras". O tempo para se fazer a atividade não é prioridade. Prioridade é reprimir aqueles que fizeram o básico e que acreditam em mudanças na educação. Prioridade é gritar, fazer escândalo, ou seja, encobrir o erro especulando a vida do outro por meio de "verdades" falsas.
Dessa forma aquele (a) que deveria dar o exemplo, faz o contrário demonstrando um estado de corrupção ético e profissional. Por meio de discurso falso acusa quem está certo e encobre sua falta de compromisso.
Infelizmente professores estagnados, que se acham completos, prontos, feitos por inteiro, que pensam que sabem de tudo e não precisam mais mudar ou repensar as estruturas, taxam os novos professores como desocupados, e isto muitas vezes desanima esses profissionais que estão ingressando no campo escolar, e que buscam realizar um trabalho de qualidade.
Isso é uma forma de descrédito na educação pública e de manter o velho sistema.
O tomar consciência de que a escola deveria ser o espaço fundamental para uma educação de qualidade é um processo paulatino que está corrompido por professores que pensam apenas no sentido econômico de suas vidas, sendo assim, arrumando outros afazeres "mais importantes" que o de se dedicar a educação.
Destacamos que nem todos são assim, pois muitos mesmo com anos de serviço como professores, não se estagnaram e mantém os pés no chão, mas sempre atualizados e prontos para acolher novas propostas. O que destaco é o joio no meio do trigo, ou o bicudo no meio da plantação de algodão, pois, um pensamento corrompido pelo cansaço, pelas frustações e debilidades pode colocar um sistema a perca.
Assim, entendemos que o professor hoje não é o "detentor dos conhecimentos", mas "um ser em construção, uma obra continua de vida, de história" ( como destaca o filósofo e educador brasileiro Mario Sérgio Cortella), cabendo a este repensar sempre a forma de educar e de acolher as novas realidades apresentadas.



Ricardo de Moura Borges - Professor de Filosofia.

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