sábado, 15 de dezembro de 2018

Jornal O Corujinha - Dezembro 2018



Orgulhosamente apresentamos a edição do Jornal Escolar - setembro 2018. Não perca! Basta clicar em Jornal O Corujinha - Dezembro 2018 e boa leitura! Caro leitor até a próxima edição!

domingo, 9 de dezembro de 2018

Por uma Sociologia que proporciona sentido a existência

Por: Prof. Esp. Ricardo de Moura Borges.




Certificado - O Jornal O Corujinha - apresentação na Universidade Estadual do Vale do Acaraú - CE

         Este texto descritivo procura direcionar o leitor a percepção de como o saber escolar/acadêmico está presente na vida cotidiana de um jovem professor de filosofia. Portanto, encontrei essa forma de relatar os principais acontecimentos do ano de 2018, para fazer entender que a vida escolar/ acadêmica está unida aos nossos sonhos, projetos e objetivos que traçamos em nosso caminhar.
      Ao colocar vida escolar/acadêmica procuro traçar um olhar que resgata o estudante que fui no ensino fundamental e no ensino médio juntamente com o estudante da academia que sou no presente momento associando as pequenas experiências de professor que estou adquirindo desde o ano de 2015.
       E foi justamente em 2015, ao passar no concurso para professor celetista do estado do Piauí, onde fui designado a ministrar aulas de sociologia que despertei o primeiro interesse de forma mais intensa pela disciplina. Nesse período ainda estava na formação no curso de História da Universidade Federal do Piauí, no campus de Picos, e ao ter contato com o livro de sociologia e com a realidade do alunado da escola pública, percebi o quanto deveria estudar cada vez mais para trazer esse conhecimento a uma realidade mais acessível.
      Debrucei-me sobre o livro didático ao quando li da capa até a contra capa do livro, e confesso que muitos dos temas da sociologia se tornavam distantes da minha formação acadêmica quer no campo da História, quer no campo da Filosofia, onde estava prestes a me formar nos finais do ano de 2015. Mesmo recebendo um salário não condizente com a atividade de professor ( tendo em vista que um professor celetista ganha bem menos que um professor efetivo do estado), não pensei duas vezes, e comecei a procurar uma forma de ampliar os conhecimentos no campo da Sociologia.
      Com os primeiros quatro meses de professor, preparando a formatura em História no ano de 2016 e após concluí-la, ingressei no mês de agosto de 2016 no curso de Licenciatura em Sociologia ofertado pela UNINTER, um curso EaD, que está me proporcionando uma formação mais ampla, tendo em vista que cada área do conhecimento possui sua especificidade, seu linguajar, ou seja, seu ethos, termo que usamos na filosofia para entender a casa, morada específica.
       Nessa experiência quebrei o preconceito que antes tinha, por cursar presencialmente o curso de História, via o curso EaD, como de pouca qualidade, mas depois percebi que se não houvesse engajamento em leituras e estudos, discussões e na realização das avaliações em pouco tempo seria reprovado no curso. Então, montei a estratégia de ler completamente os livros da graduação e fazer resenhas e disponibilizá-las neste blog com a finalidade de difundir o conhecimento, pois como dizem os antigos latinos: "a repetição é a mãe dos estudos". Não me refiro a repetição vaga e sem sentido, mas aquela da qual internalizamos o conhecimento, e temos a necessidade de comunicar com o mundo o que foi aprendido. Isso me ajudou muito nas avaliações da universidade quer seja presencial ou EaD, salientando que a universidade EaD particular ao proporcionar os livros físicos, nos fornecem instrumentos que podemos trabalhar no futuro em nossas profissões, no meu caso, já os trabalho em sala de aula, quando existem temas pertinentes ou correlatos aqueles que são trabalhados em sala de aula. 
      No ano de 2017 houve a escolha do livro didático, do quando o mesmo livro que havia escolhido para ser adotado na escola, NÃO foi adotado nas escola que trabalho, o que de início me causou uma pequena indignação e reflexão ao entender o jogo mercadológico, ou seja, social que existe para a distribuição dos livros didáticos. E lá fui novamente a me debruçar sobre os conteúdos, formas, metodologias do livro didático atual. Isso me fez perceber que os temas do livro didático mudam no decorrer das trocas do livro, a sociologia como disciplina recente ainda passa por um processo de consolidação e discussão para a permanência da mesma no ensino médio.
       Mas o desafio realmente começou no campo da sociologia quando adentrei no Mestrado Profissional em Sociologia do qual obtive a aprovação no início deste ano. Como a aprovação ocorreu pós período letivo, não houve a possibilidade de reorganização dos dias de trabalho que ficaram distribuídos nas terça-feiras e quinta-ferias de cada semana. Os dias do mestrado inicialmente no primeiro período se deram de quarta até a sexta, o que me levou a pagar uma professora substituta para ficar nos dias referentes a quinta-feira ( um absurdo se pensarmos com o olhar econômico apenas, onde o professor celetista que ganha menos de um salário mínimo agora além de arcar com as despesas das viagens, deveria justamente pagar a outrem para substituí-lo). Mas foi isso que aconteceu até o presente momento enquanto escrevo este breve texto.
          Contudo, vale ressaltar as alegrias e vitórias proporcionadas no decorrer do ano de 2018, tais como a consolidação da formação acadêmica a partir dos desafios, e a constante busca pelo conhecimento de mundo, demonstrando que não ensinamos os nossos alunos para a vida, pois a própria vida se faz cotidianamente no espaço escolar, e para nós professores a escola é o melhor lugar, ou seja, é o nosso laboratório vivo experimentamos o cotidiano.
          Desse laboratório surgiu no início de 2018 O Jornal O Corujinha que foi uma proposta de cunho sociológico e filosófico de fazer presente o pensamento dos agentes escolares, professores, alunos, merendeiras, vigias, enfim, todos que proporcionam conhecimento, fazendo perceber que o livro didático é apenas um instrumento, que deve ser lido, criticado, apreciado e reformulado, pois as pessoas que compõe a escola são produtoras de conhecimento.
        Cada ano letivo com suas aventuras e desventuras, e justamente em 2018 é um ano de comemoração, mesmo sabendo que a luta continua a cada dia, pois no próximo ano é que vem a qualificação do mestrado e a conclusão da graduação em sociologia. Mas é perceber que as vitórias são feitas a partir de pequenas lutas que são dadas no cotidiano. Já no segundo semestre do mestrado a percepção ampliou-se por causa dos textos lidos, das viagens feitas, dos amigos que se fizeram presentes e dos desafios que foram enfrentados com amor e confiança.
         Penso que o Jornal O Corujinha foi um instrumento que fomentou o conhecimento, onde muitos escritores passaram a se reconhecer no espaço escolar e ampliou o conhecimento sobre a sociologia, pois é uma disciplina que só tem vez e voz na sala de aula apenas uma vez por semana. O jorna escolar ampliou esses dias para a discussão sobre diversos temas tais como: desigualdade social, politica e meio social, sociedade de consumo, cultura, religião, economia e sociedade. Essa interdisciplinariedade, buscou nivelar uma hierarquia que em muitos momentos pode não ser positiva para a construção do conhecimento.
      Iniciamos o ano publicando algumas resenhas de livros de cunho filosófico, sociológico e filosófico, justamente com o intuito de fomentar o gosto pela leitura e a disseminação do conhecimento, posteriormente com o lançamento do Jornal Escolar, muitos agentes escolares contribuíram com o conhecimento artístico com desenhos, também com indicações de livros e filmes  e esperamos que o projeto Jornal O Corujinha continue e seja ampliado no próximo ano, referente a esse aspecto acrescentamos a parceria com o desenvolvedor do aplicativo Flávio Sarandy, do aplicativo SOCIOLOGIA XXI, gostou do projeto escolar e divulga as edições mensais no aplicativo que tem o mesmo nome: SOCIOLOGIA XXI.
        Dessa forma, percebemos que quando estudamos determinado conteúdo por amor e dedicação, estes começam a dar frutos, sendo que o conhecimento extrapola das paredes da sala de aula, sendo que o aluno deixa de ser aluno ( palavra que vem do latim que significa sem luz), para se tornar estudante, ou seja, aquele que busca, que questiona, que produz conhecimento e interage com a escola, movendo também os " argumentos de autoridade", quer sejam aqueles diplomados como no meu caso, que fiquei inquieto, e continuo assim com vontade de buscar conhecer cada vez mais, reconhecendo sempre a nossa pequenez, ignorância como nos lembra muito bem o filósofo Sócrates, promovendo inovação no cotidiano de nossa existência.
       Mas quando o senhor terminar o mestrado em Sociologia e a graduação nessa área é hora de se aquietar ? - foi o que perguntou um aluno do 2º ano do ensino médio em sala de aula. Parei, refleti e respondi: Uma alma inquieta nunca pode ficar parada, pois " uma vida sem busca não é digna de ser vivida", parafraseando mais uma vez o filósofo grego. Portanto, não me dirijo apenas a vida acadêmica, mas sim afirmando que sempre devemos atualizar, procurar e refletir sobre a produção de conhecimento. Um mestrado é importante sim, mas o que realmente faz o mestrado ter valor são as horas de sono perdidas ao tentar entender os textos dos sociólogos clássicos e contemporâneos, é a capacidade de análise e síntese para a produção de conhecimento, assim como me ocorreram nas graduações e como ocorre na graduação em sociologia.  Espero sim, dar continuidade acadêmica, produzindo a partir da realidade da qual estou inserido, com meus limites intelectuais, demonstrando sempre a guarra e o desejo de superá-las.
        Feliz festas de fim de ano caro leitor e até as próximas publicações!

Universidade Estadual do Vale do Acaraú - Mestrado em Sociologia

Universidade Estadual do Vale do Acaraú

Universidade Estadual do Vale do Acaraú

Professor de Filosofia na Escola Estadual Pedro Evangelista Caminha - Geminiano - PI

Igreja São Francisco - lugar onde fui acolhido para hospedagem para o Mestrado

Refeitório do Convento São Francisco - Hospedagem para o Mestrado

Professor de Filosofia - Convento São Francisco em Sobral - CE

Aula do Mestrado em Sociologia

aula do mestrado em sociologia

Arco de Nossa Senhora em Sobral Ceará


Sobral - CE

Sobral - CE

Colégio São Lucas - filosofia no ensino fundamental 

Igreja São Francisco no convento - Sobral Ceará 

Formação - Colégio São Lucas - Picos - PI

Professor analisando a exposição do Trabalho de relato sobre o Jornal O Corujinha - Sobral - CE.

Alunos do Mestrado em Sociologia

Sala de computação da Universidade Estadual do Ceará


Convento - Sobral - CE


Biblioteca do Convento São Francisco em Sobral - CE


Mural da Escola - Jornal O Corujinha

Seminarista e o frei Nazário - Convento São Francisco - Sobral - CE


            

domingo, 18 de novembro de 2018

Jornal O Corujinha - Novembro 2018





Orgulhosamente apresentamos mais uma edição do Jornal Escolar O Corujinha - Novembro 2018.  
Basta clicar em Jornal O Corujinha - Novembro 2018 e Boa Leitura! 
Nos encontramos na próxima edição!


sexta-feira, 2 de novembro de 2018

CINE PEC 2018 - Amor e Formas


Você quer ir ao cinema ver um filme diferente, mas nenhum em cartaz lhe agrada? Está cansado dos mesmos filmes clichês?  Não encontra nenhuma produção de sua região? Seus Problemas acabaram! Pensando em você os alunos da Escola Estadual Pedro Evangelista Caminha, em Geminiano-PI produziram curtas - mudos que serão exibidos nesta terça-feira 06 de novembro de 2018 a partir das 19 hs. Imperdível! Venha e Participe!

CINE PEC 2018 - Ligeiramente Casados


Você quer ir ao cinema ver um filme diferente, mas nenhum em cartaz lhe agrada? Está cansado dos mesmos filmes clichês?  Não encontra nenhuma produção de sua região? Seus Problemas acabaram! Pensando em você os alunos da Escola Estadual Pedro Evangelista Caminha, em Geminiano-PI produziram curtas - mudos que serão exibidos nesta terça-feira 06 de novembro de 2018 a partir das 19 hs. Imperdível! Venha e Participe!

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Jornal O Corujinha - Outubro de 2018


Orgulhosamente apresentamos mais uma edição do Jornal Escolar O Corujinha. Basta clicar em Jornal O Corujinha - Outubro 2018 e Boa Leitura! Nos encontramos na próxima edição!

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Jornal Corujinha - Setembro 2018

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domingo, 19 de agosto de 2018

Jornal Corujinha - Agosto 2018



Orgulhosamente apresentamos a edição do mês de agosto do jornal da escola. Para ter acesso basta clicar em Jornal Corujinha Agosto de 2018  . Boa leitura, nos vemos na próxima edição!

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Oração Milagrosa à Nossa Senhora dos Remédios


 


Virgem Soberana do Céu e da Terra, estrela resplandecente, Senhora dos Remédios. Sede a meu favor Mãe de Deus.
Sede o remédio eficaz aos meus males, às minhas aflições, aos meus martírios, aos meus trabalhos, livrai-me da peste, enxugai-o meu prato, alivia-me desta dor que sofro, deste perigo em que estou, desta cilada que me armaram, defendei a minha justa causa, lançai os vossos misericordiosos olhos em torno de mim, o mais indigno e infiel pecador, lançai Virgem Santíssima, sobre mim os vosso olhos de piedade com aquela ternura que lançastes ao Sacrossanto cadáver de Vosso adorado Filho Jesus Cristo quando vos entregaram tão cruelmente maltratado.

Se vos compadecestes destes ingratos algozes, como não fareis a mim que choro, que clamo contra tanta impiedade com Deus tão bondoso!

Rogai, Senhora dos Remédios, ao vosso amantíssimo Filho, por mim pecador, para que possa, sem receio, entrar nesta celestial corte onde reinais para sempre.

Amém.

Rezar: três Pai-Nossos, três Ave-Marias à Nossa Senhora dos Remédios.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Por que estudar filosofia?

          Um saber que questiona todas as realidades, provoca inquietação no sujeito e procura por formas sólidas para o encontro com a verdade. Eis alguns atributos desse conhecimento milenar. A fragmentação dos saberes filosóficos gerou as ciências que conhecemos hoje em dia, tais como: física, matemática, química, biologia, dentre outras. Mas o conhecimento filosófico parte do princípio de estudar tudo. Isso mesmo, o objeto de estudo da filosofia é tudo que existe, pois tudo pode ser problematizado e reformulado. Diferente de outros campos do conhecimento que procuram o por que das coisas, a filosofia é o próprio por que em si, pois propõe novas formas conhecimento  surgindo assim novos conhecimentos. 

Acesse ao texto: POR QUE ESTUDAR FILOSOFIA? e saiba um pouco mais sobre essa fascinante forma de conhecimento conhecida como AMIGO DA SABEDORIA . 

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Ciências Sociais nas Organizações - É Hora de Ler 14 - 2018

Por: Prof. Esp. Ricardo de Moura Borges.




KIELING, Francisco dos Santos ( et all). Ciências Sociais nas Organizações. Curitiba: InterSaberes, 2013. 134 p.
Um livro interessante que ressalta a perspectiva de demonstração da emergência das Organizações existentes na sociedade contemporânea. Como forma de rompimento da estrutura feudal, surgem pelo processo de racionalização da sociedade marcado pela aceleração e consolidação do capitalismo moderno. Temos, portanto, a constituição dos três tipos de organização na sociedade: público, privado e do terceiro setor.
Sobre a perspectiva de Weber ao demonstrar o processo de racionalização na sociedade moderna percebe-se o processo de desmistificação do mundo, sendo algo positivo, pois a sociedade passa a acelerar o processo de produção de produtos, passando pela racionalização e aprimoramento do comércio, onde antes era visto apenas por meio de relação de trocas e sentimento de moral de serviço entre o servo e o senhor feudal.
Os setores da sociedade demarcados pelas contradições sociais, acabam ganhando força e ganhando um espaço consolidado na sociedade capitalista. As instituições particulares oferecem serviço mas acabam diferenciando-se das demais por objetivar o lucro. O terceiro setor diferencia-se justamente por aplicar intervenções na sociedade ganhando configurações a partir das Organizações não governamentais. E o primeiro setor, sendo de espaço público não objetiva o lucro mas a intervenção do mesmo para garantir o desenvolvimento da sociedade, contudo marcado pelos interesses políticos.
Portanto, é um livro que demonstra o surgimento das Organizações a partir da sociedade em construção conhecida como Moderna. O processo de racionalização e desenvolvimento capitalista faz com que a sociedade ganhe novos traços e definições sociais, fazendo diferença na configuração do papel social exercido.
O sujeito passa a ser visto como aquele que constrói na sociedade em questão, enquanto o ator apenas age e agente age mas de forma não autônoma, guiado apenas por interesses individuais. As relações democráticas que surgiram pós sistema feudal fizeram surgir as organizações sociais.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

A Constante Busca para entender o Mundo: A Filosofia como forma de Interpretar o Mundo


Por: Prof. Esp. Ricardo de Moura Borges.




      Vivemos em tempos marcados pela aceleração constante de transformações, quer sejam tecnológicas ou informacionais. Parece que nunca se foi tão presente a Filosofia quanto em épocas anteriores. Na História do Brasil, percebemos a sua presença desde a época da colonização, trazida como forma de pensar atrelada ao pensamento religioso cristão desde os padres que a trouxeram com as caravelas.
           De forma sutil, pouco refletida ou popularizada estava atrelada apenas as classes que possuíam uma bagagem européia. Anos mais tarde perseguida e abolida do currículo Escolar pelo Ato Institucional número cinco, pela ditadura militar. Não nos enganemos neste ponto, pois como ato de pensar permaneceu disponível nas elites brasileiras. Mas o que temos hoje é uma popularização do saber filosófico, aguerrido com o pensamento de formação de pessoas criticas em uma sociedade complexa. O problema que muitas das vezes isso torna-se apenas um clichê, pois a realidade escolar não proporciona abertura para uma criticidade, marcada ainda pelo tradicionalismo. Embora, que nem tudo que seja tradicional seja velho, arcaico e deva ser substituído. 
            A pergunta central que nos move para entendermos essa busca de entender o mundo, que carregamos em nossas vidas é: se todos os seres humanos são dotados de razão podem todos ser filósofos? Bem, penso categoricamente que não, pois o filósofo é o único que exercita a capacidade de repensar o próprio pensamento, ou seja, usa a reflexibilidade reflexiva, do qual é uma característica peculiar do mesmo. Foi assim, que os primeiros filósofos fizeram na antiguidade grega, quando repensaram o seu próprio pensamento e no caso de Sócrates, por exemplo, reconheceu a sua própria ignorância, com a famosa proposição: Só sei que Nada Sei. 
            Dizer isso, significa reconhecer que somos seres em processo, em construção, que devemos sempre renovar nossos conhecimentos, pois somos passíveis de erros e capazes de mudanças. O filósofo da modernidade René Descartes,  é outro exemplo, de que para se ter verdades sólidas devemos passar por um ceticismo, mas não o ceticismo dos antigos em duvidar de tudo, mas duvidar como ponto de partida para que possam existir pontos sólidos indubitáveis.
                Justamente por essa possibilidade de refazer e se reconstruir a filosofia se diferencia da história. A história marcada por fatos históricos pode ter teorias que entraram em desuso e começaram a ser esquecidas, já na filosofia as teorias, pensamentos e formulações podem estar adormecidas, sendo que podem ser pensadas e problematizadas a cada momento. Interessante, porque ao escrever esse texto, começo a entender a distinção entre história da filosofia e o fazer filosofia. Penso que o presente texto, tem um cunho filosófico por pensar o próprio pensamento ao se fazer filosofia. E onde aprendemos a filosofar? Apenas na escola?
            Filosofamos na vida cotidiana, nas análises da vida cotidiana que fazemos, nas abstrações simplistas ou complexas que temos quer seja tomando uma simples xícara de café em casa, ou assistindo um Episódio dos Simpsons em casa, ou andando a pé na cidade.  A escola nos ajuda justamente a pensar a vida como ela é, ou seja, por meio de suas contradições sociais. O senso comum diz que A Escola prepara para a vida, mas esquece-se que a própria vida está acontecendo no espaço escolar. O despertar de consciência para as questões mais substanciais da vida já é filosofia, e a própria escola, como a universidade e as leituras que o sujeito realiza durante seu processo existencial são chaves fundamentais para se tornar filósofo. Dessa maneira, sou professor de filosofia um filósofo?
            São questões interessantes, pois se penso sobre meu próprio ato de pensar procurando sempre refazer meus pensamentos me torno filósofo por excelência e quando ministro aulas de filosofia, mesmo que a curto prazo perceba que o conteúdo não foi assimilado ( e nem é essa minha pretensão), mas carrego o desejo de continuar a ensinar filosofia por meio da história da filosofia e de temas que esta apresenta, passo a ser professor de filosofia. Mesmo os filósofos que não ministraram aulas são professores de filosofia pois deixaram seus escritos para as gerações futuras. 
           A filosofia está ao alcance de todos e quando percebemos através das leituras que vamos fazendo e do posicionamento que assumimos no mundo, entendemos o quanto esta é de fundamental importância para entender o Mundo em que vivemos: um mundo complexo, diverso, plural e permeado de riquezas a serem descobertas. 
             

domingo, 8 de julho de 2018

Como preencher o diário de classe?



Um dos requisitos burocráticos que não aprendemos nas licenciaturas durante o curso, mas que é de fundamental importância na prática docente é o registro do diário de classe. Inciando a prática docente desde 2015, encontrei muitos desafios frente o diário, tendo em vista que até hoje continuo aprendendo a preencher o mesmo. Apresento a resolução da SEDCU - PI, que demonstra a orientação de preenchimento do mesmo.

Basta clicar em Como preencher o Diário de Classe? e acesse a resolução da Seduc-PI.


quarta-feira, 4 de julho de 2018

Jornal O Corujinha - versão junho/julho 2018





Caro leitor, orgulhosamente apresentamos a versão final do Jornal O Corujinha referente aos meses de junho/julho de 2018 finalizando assim o semestre escolar.

Adquira já o seu, basta clicar em Jornal O Corujinha junho/julho 2018 .


  Boa Leitura e até as próximas edições!

segunda-feira, 11 de junho de 2018

O PROCESSO DE INCLUSÃO COMO PERSPECTIVA REFLEXIVA PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA






O processo de inclusão merece um olhar atento, pois em primeiro momento colocamos os excluídos como aqueles que possivelmente partem por um processo de não aceitação por meio de um estigma caracterizado por deficiência física aparente, mas e os alunos na escola que não participam? Seriam estes também excluídos e necessitantes de inclusão?. Confira: O processo de inclusão na escola democrática .

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Metodologias qualitativas na Sociologia . É Hora de ler 13. 2018

HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na Sociologia. 12ªed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 223 p.

Por: Ricardo de Moura Borges ( graduando no curso de Licenciatura em Sociologia).




Entender a proposta de um livro a partir das suas concepções e ideias formuladas em um determinado tempo histórico requer muita concentração e disposição para uma leitura que possa inicialmente demonstrar os pontos de construção do pensamento do mesmo. Assim, o livro Metodologias Qualitativas na Sociologia da autora Teresa Maria Frota, demonstra uma base solida em sua construção a partir de um referencial teórico consistente, onde apontamos por exemplo, um baluarte da filosofia brasileira que é o autor Manfredo, onde deixa-se claro que a composição da presente obra passou por longas inquietações e revisões deste autor. Destaco Manfredo, devido a bagagem e reconhecimento que o mesmo possui desde os cursos de licenciaturas onde o mesmo é muito citado como filósofo Brasileiro.
Sem mais delongas passemos a estruturação do livro que está divido em quatro partes, a saber: Primeira: Fundamentos teóricos de algumas metodologias qualitativas na sociologia; Segunda: Metodologias qualitativas; Terceira: A Crítica e a alternativa aos métodos de pesquisas tradicionais; e por fim, Quarta: Holismo e individualismo metodológico no marxismo recente.
Na primeira parte encontramos os fundamentos teóricos de algumas metodologias qualitativas na sociologia a partir de três perspectivas: primeiro A Interação Simbólica, onde temos como pontos comuns “ as concepções da sociedade como um processo, do indivíduo e da sociedade como estreitamente inter-relacionados e do aspecto subjetivo do comportamento humano”(p.25). Segundo a Etnometodologia onde Harol Garfinkel compreendeu o termo “etno” fazendo referência a “ alguma forma ou maneira como um membro de uma comunidade baseada em conhecimentos do senso comum desenvolve estes conhecimentos sobre o mundo circuncidante”. Interessante que no inicio do texto coloquei a presença do Manfredo, assim, vale destacar que para compreender o presente livro e trazer elementos basilares parti desta perspectiva desse autor onde coloquei um conhecimento prévio que já carregava comigo desde a formação acadêmica, o que facilita o processo de aprendizagem. Por fim, em Terceiro, A Dramaturgia Social de Goffman, onde entendemos a presença da Sociedade do Espetáculo, onde representamos papeis diversos em uma sociedade multifacetada. Vale destacar os principais conceitos desse autor:
Processo de Socialização onde aderimos à condutas reconhecidas socialmente para que possamos interagir com o outro (s). Interação Social, que se manifesta justamente nos papeis executados por nós em diversas situações, por exemplo, ora sou professor na escola x, na universidade sou aluno, em casa sou filho, na rua sou cidadão. Controle Social: Todas as instituições e grupos são carregados de ideologias onde para se incorporar nas mesmas é necessário uma sujeição e adequação a normas e regras, por exemplo, não posso andar nú no meio da rua. Outro fator importante é o status: que são as posições sociais que a sociedade vai legitimando, a nível de exemplo, o aluno que se torna graduado, especialista, mestre, doutor, PHD etc.; e, o Estigma, que diferente ou em oposição ao status possui um atributo depreciativo quando um grupo, por exemplo, discrimina os demais ou um individuo por uma deficiência física, moral, de raça ( hoje discutimos em sala de aula que só existe uma raça a raça humana), de nação, religião, presente no nosso dia a dia como forma de depreciar o outro. Um grande problema apontado na sociedade do Espetáculo onde vivemos por meio dos usos de ferramentas que servem muitas das vezes para estigmatizar o outro.
Na Segunda parte do livro, encontramos As Metodologias Qualitativas, onde “ trata, pois, de algumas técnicas adequadas à captação de informações características de cada uma das situações.” (p.60).  Assim, apresentam-se a história oral como ferramenta para complementar os documentos históricos ( tão vista e frisada no curso de história na ufpi e criticada pelos lapsos que o entrevistador pode incorrer, ou distorcer determinado fato histórico numa entrevista, por isso rejeitada pelos historiadores ditos “ tradicionais”, podendo ser por isso que a autora coloca que “ a história oral adquiriu apenas recentemente o status da técnica dentro do método cientifico” (p.61). Das outras formas temos a observação participante, onde o sujeito insere-se na realidade a nível de pesquisa, encontrada no interacionismo simbólico onde se busca o sentido para a ação humana. Nessa perspectiva promovemos esse tipo de pesquisa nos tão famosos trabalhos de campo, pesquisa de campo, visita a museus, por exemplo, com alunos do ensino médio ou fundamental, onde passa a “ incluir não somente a observação participante como a entrevista, a história de vida, e às vezes, todo o processo metodológico de um estudo empírico” (p.64). Na história de vida, onde a autora divide em três seguimentos a saber: a) origens e desenvolvimento; b) história de vida e sua funções; c) utilização da história de vida no Brasil. Já a entrevista “ definida como um processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado” (p. 81), passa por preocupações onde o entrevistado deve ter uma sólida formação e sensibilidade na hora da entrevista para que não atrapalhe o entrevistado, trazendo uma problematização consolidada do tema em questão. Então, apresenta-se aspectos que podem interferir na qualidade de dados do entrevistado, tais como: motivos ulteriores, quebra de espontaneidade, desejo de agradar, fatores indiossincráticos, que são janelas de fatos que estão ligados ou podem se desligar do tema da entrevista e, o conhecimento por assunto da entrevista.
Na Terceira Parte, conhecemos A Crítica e a alternativa aos métodos de pesquisas tradicionais, fazendo uma diferenciação entre a pesquisa ação e a pesquisa participante, onde as duas tem a mesma origem na psicologia social de Kurt Lewin.
Na Quarta parte encontramos Holismo e individualismo metodológico no Marxismo recente, onde aqui entedemos a complexidade que durante a história foram se fazendo das interpretações desde os marxistas a partir do pós marxismo, chegando a um novo marxismo estrutural, analítico até o despontamento de um individualismo metodológico. O autor Elster aponta para a questão do individualismo metodológico: “1. A doutrina não tem implicações relativas ao tipo de explicação de nível individual; 2. Ela não aceita o suposto atomista de que os indivíduos independem da sociedade; 3. A redução aceita por ele se limita ao comportamento, não envolvendo as ideias das pessoas; 4. A doutrina deve estar atenta aos perigos do reducionismo prematuro” (p.191). Na concepção de Marx a partir do conceito de consciência percebemos a inserção do subjetivo, trazendo ao foto uma interpretação de Marx, tendo em vista que o mesmo não pensava no individuo único, particular, isolado, mas sim sempre fazia referência que a história da humanidade esta demarcada pela luta incessante de classes, com interesses antagônicos de dominação.
Assim a obra trás ao leitor a perspectiva de analise da sociologia frente a sociedade por meio de matizes pertinentes para a construção da pesquisa, ressaltando que o embasamento teórico não apenas embeleza o texto, mas proporciona caminhos (metodologias) mas seguras para uma construção solida no trabalho de pesquisa.
Até a próxima resenha de livro, pois ler é o caminho!

domingo, 20 de maio de 2018

Jornal Corujinha - Maio de 2018










Nós da Escola Estadual Pedro Evangelista Caminha anunciamos orgulhosamente a 4ª edição do Jornal O Corujinha. Para ter acesso basta clicar em   Jornal Corujinha - Maio de 2018  . Garanta já o seu exemplar e boa leitura!

Redes Sociais e Novas Sociabilidades: os usos do Facebook por jovens de Forquilha - CE. É Hora de Ler: 12. 2018

        


RODRIGUES, Antônia Zeneide. Redes Sociais e Novas Sociabilidades: os usos do Facebook por Jovens de Forquilha – CE. Natal: Caravela Cultural, 2016. 150 p.

            A presente obra foi fruto de uma experiência marcante dentro do curso de Ciências Sociais na Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UVA, na cidade de Sobral, onde a autora vivenciou o PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência, programa financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), onde a autora e como jovem estudante debruçou-se sobre o tema das TIC's no processo de abordagem para o entendimento de novas sociabilidades, frente a rede social utilizado pelos estudantes da Escola de Ensino Médio Elza Goersch, situada na cidade de Forquilha Ceará, a 208 km da capital Fortaleza.
         O livro possui 142 páginas estando dividido em: Apresentação, Introdução: Os sujeitos e os procedimentos metodológicos; Surgimento e Desenvolvimento da Internet e das Redes Sociais: Contexto Histórico da Internet, Desenvolvimento das comunidades virtuais, Comparando os conceitos de virtual, ciberespaço e cibercultura, as redes sociais e o Facebook, Sociabilidade e Socialidade; O Campo e os Sujeitos da Pesquisa: Como tudo começou, a cidade e a escola, os sujeitos da Pesquisa; Os " usos" do Facebook: aprofundando os resultados da Pesquisa: Vidas " compartilhadas" - ressignificação do sentido de público e privado, As dinâmicas conversacionais do Facebook, algumas considerações; Encerrando com uma Conclusão no fim do livro antes da bibliografia.
          Dois motivos me direcionaram para a leitura deste trabalho tão rico: a) por ter participado também como estudante do PIBID na UFPI e ter aprimorado a experiência acadêmica a partir da realidade escolar; b) Por ter procurado entender o (des) usos das Tecnologias Digitais de Informação no processo de ensino de História. Dessa forma, entendo o quanto é necessário e importante que estudantes e professores analisem as perspectivas teóricos metodológicos frente a sociedade da Informação da qual estamos inseridos, onde a realidade das tecnologias digitais, apareceram para ficar em todas as instituições desde a família como a escola.
             Prefaciado pelo Professor Dr. Francisco Alencar Mota ( atual professor do Mestrado Profissional em Sociologia), que destaca a importância das Ciências Sociais frente a necessidade de entendimento da sociedade que se transforma constantemente pela inserção do uso das ferramentas digitais, especificamente do uso das redes sociais, destacando que o trabalho " adentra vários aspectos da vida social e perseguir o sentido da própria vida em sociedade na contemporaneidade" (p. 13).
            O entendimento de Sociabilidade está referendada na perspectiva de Simmel, onde "aparece como aspecto que sofreu modificações ao longo do tempo, com a incorporação cotidiana das Novas Tecnologias da Informação, chegando ao ponto de surgirem novas formas de interpretar a  'sociabilidade'. " (p.17). Encontramos no referencial teórico: Simmel, Bauman, Castells, Recuero, Foucalt, Palfrey e Gaser, Gadelha, dentre outros. 
           Entendemos que depois da breve contextualização sobre o avanço da internet e sua expansão atingindo a casa das pessoas, ou o seu bolso na presença dos celulares, percebemos que as redes sociais como o Facebook aproxima quem está distante, mas ao mesmo tempo distancia quem está perto, onde, por exemplo, muitos relatos de alunos apontam que mesmo ao se reunirem na praça cada um pega seu celular e visita a rede social Facebook, sendo constatado que ao entrarem na internet essa é a primeira rede social a entrarem.  A própria rede social Facebook pode dar lugar a outras redes sociais que possam existir, lembremos do Orkut que hoje não faz mais parte da existência.
          Temas como amizade virtual, aparência dos sujeitos que se diferem da realidade, práticas de Self para demonstrar os lugares que estão os sujeitos reais, a foto como representação e afirmação de uma sociedade do consumo, namoro virtual que passa deste para o real, dentre outros se fazem presentes no estudo das sociabilidades encontradas nos relatos desses jovens da escola. 
         Interessante ressaltar também que não existe ainda uma geração dos nativos digitais, no sentido que está começou na década de 1980, mas que não existe ainda uma geração que chegou a sua maturação ou fase idosa, sendo assim, por ser algo recente na sociedade da informação não tem como aprofundar ou saber as consequências a partir da empiria, apenas quando uma geração passar é que teremos uma reflexão mais acurada desse desenvolvimento entre as praticas de socialidade ou sociabilidade das pessoas. 
        Caro leitor, os encontramos na próxima resenha de livro, pois ler é o caminho !




domingo, 13 de maio de 2018

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. É Hora de Ler - 11 . 2018

WEBER, Max (1864-1920). A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 11ªed. São Paulo: Pioneira, 1995.

Por Ricardo de Moura Borges ( professor de filosofia).



A presente obra apresenta as transformações sociais existentes a partir do início da modernidade, justificando o surgimento do trabalho e suas implicações frente as vertentes da hegemonia predominante que passa a adquirir rupturas, desde o processo de fragmentação com o surgimento do protestantismo na Europa. Publicada no ano de 1905 encontramos uma relação entre condutas religiosas e política. A obra está dividida em: I O problema sendo subdividido nos seguintes tópicos: a) filiação Religiosa e Estratificação Social; b) O “Espírito” do Capitalismo; e c) A Concepção de Vocação de Lutero; tarefa da investigação. II A Ética Vocacional do Protestantismo Acético, sendo subdivido nos seguintes temas: Fundamentos Religiosos do Ascetismo Laico: a) o Calvinismo; b) o Pietismo; c) O Metodismo; d) As seitas batistas; e por fim, Ascese e o Espírito do Capitalismo. Terminando definitivamente com Notas do autor e um índice reminissivo.
Entender a proposta de Max Weber sobre a presente obra em destaque nos faz refletir sobre seu conceito ou abstração da realidade a partir de pontos subjetivos, tendo em vistas que o ser humano para o autor não pode abstrair a concretude do todo, mas fragmentos daquilo que se apresenta a partir da realidade demonstrada. Parece kantiana a reflexão, contudo percebemos como a fundamentação fenomenológica faz parte de seu método ou proposição investigativa. A realidade que é desprovida de sentido, faz-se necessário portanto que o sujeito de sentido a realidade externa. Também aqui entendemos que sua proposta acabou influenciando a perspectiva filosófica existencialista, onde, por exemplo, temos Camus com a seguinte máxima “A vida não tem sentido, cabe o sujeito dar sentido a sua própria existência”.
Enfim, temos uma interessante abordagem na introdução dessa edição da Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais que reafirma o pensamento do autor sobre a hegemonia da razão na região ocidental, dado de “um desenvolvimento universal, em seu valor e significado”. E assim perpassamos pelo entendimento dos conceitos criados pelo autor para entendermos a lógica do capitalismo frente ao avanço do protestantismo, como destaque de que em sua análise sociológica percebemos que todos os países de cunho protestante, tenderam a desenvolver mais intensamente o novo sistema que se impunha frente as mudanças sociais da modernidade, tendo destaque a linha calvinista que “ ao que parece, das mais fortes, inclusive na Alemanha e a religião “ reformada” mais do que outras, parece ter promovido o desenvolvimento do espírito do capitalismo”.
É interessante destacar que encontramos a reflexão sobre a participação dos protestantes nos postos mais elevados de trabalho, o que mostra um fato até então contraditório por causa do pensamento hegemônico tradicional, que passa a ser aliado, ou seja, temos a relação entre religiosidade capitalismo. O tal conceito de trabalho que era justificado como um castigo de Deus, associado aos conceitos gregos e de outras civilizações como algo penoso, lembramos do tripallium, instrumento de tortura do qual derivou o nome trabalho, e que sobre a perspectiva do protestantismo nascente, principalmente do calvinismo, entendemos que aquele que trabalha é abençoado pelo Senhor. Claro que existem as diferenças, tendo em vista que o capitalista procura desenfreadamente o lucro para garantir a ostentação dos bens adquiridos, ou seja da riqueza, já o protestante procura trabalhar sempre mais para ser abençoado pelo Senhor, contudo deve viver na frugalidade e de forma humilde sem apresentar as riquezas de forma excepcional ou estrambólica. Assim, forma-se uma nova ética, ou seja, um ethos que forma um jeito de ser e de viver numa sociedade especifica.
Tanto o protestante quanto o capitalista tem algo em comum: uma vida em sociedade que seja baseada fundamentalmente no trabalho e no lucro. Para o protestante deve-se viver na perspectiva de que o trabalho nos moldes do espirito de salvação divina, e para o capitalista deve-se viver nos moldes de obtenção desenfreado do lucro. Um elemento interessante é a doutrina da predestinação que vai ganhando corpo, no sentido que é o sujeito que sente a presença do Senhor, como escolhido, e tendo em vista que se for abençoado materialmente, pelo seu esforço do trabalho, tem a confirmação da salvação do Senhor.
O trabalho acaba ganhando um fim em si mesmo. A sua finalidade não necessariamente está no salário que o sujeito quer ganhar mas, no exercício de uma atividade digna (se você não tem trabalho você não é digno), e moralmente aceita. Numa sociedade em constante transformação marcada pelo desenvolvimento constante encontramos a educação como elemento fundante que passa a ser a mola propulsora para a fundamentação social do pensamento capitalista.
Temos dessa forma, o processo religioso (protestante) e a educação que formam o indivíduo em um jeito de ser e de viver que dão bases solidas para o espírito do capitalismo. Pois o capitalismo valoriza o trabalho como a base de organização e funcionamento da sociedade. Desse modo, entendemos na perspectiva weberiana de que o espirito do capitalismo moderno, está fundamentado numa diferenciação dos sujeitos empreendedor do trabalhador protestante e do empreendedor da modernidade. Ambos tem em mente que o trabalho é algo absoluto, onde para o empreendedor protestante seu espírito está moldado na busca de modéstia de suas atitudes, enquanto o empreendedor moderno busca o reconhecimento social.
Na perspectiva weberiana a ação social, que é de cunho fenomenológico está configurada por vários fatores, dentre os quais destacamos: a ação afetiva, onde o sujeito é impulsionado por afetos ou estados emocionais. Por exemplo, quando recebemos um elogio ou uma crítica (principalmente não construtiva de alguém), levando ou a atração ou a repulsa. Diferentemente dos outros sociólogos clássicos, encontramos em Weber um poder muito grande da subjetividade do sujeito, mesmo estando imbuído em uma sociedade marcada pelo materialismo histórico (Marx), e do fato social (Durkheim). A ação racional baseada ou orientada (direcionada) a fins: o sujeito projeta uma finalidade a ser obtida, então planeja, calcula. Por exemplo, um estudante do curso de mestrado profissional em sociologia, traça metas, planos e objetivos para poder encerrá-lo com êxito. A ação racional relacionada a valores: mesmo sendo racional, o sujeito move-se de acordo com valores encontrados ou em um grupo social, ou nas instituições encontradas. A exemplo, alguém pode defender um partido político x ou y, mesmo que exista corrupção, fraude ou escando, mas o sujeito pode muito bem movido pelos valores, pertencentes a construção do partido, alegar que quem cometeu determinada infração foram os sujeitos e não afeta os valores intrínsecos ao partido. Outro exemplo, poderia ser o time de futebol especifico que move multidões em uma partida. Por fim, temos a ação tradicional, onde somos movidos por aquilo que aprendemos da cultura herdada de gerações antigas: “sempre foi assim, portanto, agirei assim”, a forma de se vestir, os comportamentos nas instituições, por exemplo, a forma de fileiras nas escolas em sala de aula, etc.
Merece destaque também a questão do ascetismo religioso, como vimos acima, o protestante, por exemplo, mesmo provido de muitos bens materiais, vê e sente o trabalho como objeto total de vida, mas o seu modo de vida deve ser marcado pela austeridade.
No processo de industrialização e desenvolvimento da sociedade capitalista aparecem os meios burocráticos, onde a complexidade nas relações sociais aumenta. Essa burocratização está relacionada a um processo de racionalização onde o Estado Moderno coloca-se como meio de garantir a “legalidade”, estabelecendo leis, normas e punições a aqueles que não cumprirem essa legalidade. O problema que a racionalização da vida moderna, causa um desencantamento do mundo, onde o sujeito agora movido por objetivos e vendo o trabalho como uma vocação necessária, perde o encantamento magico do mundo, visto e vivido pelos sujeitos na idade média. Essa mola propulsora do trabalho como uma vocação acarreta necessariamente ao racionalismo econômico, onde como vimos, o racional é movido a fins capitalistas.
 Nos encontramos na próxima resenha de livros, pois Ler é o Caminho!