segunda-feira, 31 de julho de 2017

O professor em constante construção


Arquivo pessoal de Ricardo de Moura Borges (2017)


De acordo com Libâneo (2004), espera-se dos professores:


  1. Que sejam especialistas no conteúdo que ensinam, nos processos investigativos e tenham certo grau de conhecimento de cultura geral;
  2. Que associem o conhecimento científico ao desenvolvimento dos processos de pensamento;
  3. Que dominem métodos, procedimentos, pesquisa e exercícios centrados em problemas;
  4. Que conheçam o mundo do trabalho;
  5. Que tenham reflexão crítica em relação aos conteúdos e ao papel social;
  6.  Que dominem as tecnologias de informação e comunicação;
  7. Que avaliem a organização escolar e aprendizagem;
  8. Que lidem com variadas formas culturais e com a diversidade social em prol da aprendizagem do aluno;
  9. Que proponham um trabalho interativo e desenvolvam habilidades comunicativas;
  10. Que participem de trabalhos em equipes e atividades de pesquisa;
  11. Que incentivem e conduzam os alunos a pensar e agir com valores e atitudes adequados;
O professor como um agente social, procura estabelecer metas, planos, objetivos afim de chegar a uma transformação social, contudo as realidades apresentadas mostram as suas peculiaridades. Diante destas os desafios profissionais na área docente possuem desafios característicos. O professor passa a ser um ser em construção que vai desenvolvendo métodos, estratégias e reflexões sobre seu ato de ensinar. Com pouca experiência na área docente, passando por diversas situações percebemos que a maturidade profissional, acontece de forma paulatina, contudo, com muito esforço, dedicação e vontade para ampliar e aplicar cada vez mais os conhecimentos de forma eficaz e eficiente. 
Essas habilidades que são desenvolvidas pelos professores e motivadas para que os alunos a desempenhem está relacionado a reconstrução da sua prática a partir de uma nova perspectiva, interagindo no contexto social e escolar e principalmente transformando a própria intervenção na sala de aula.
Essa constate construção e reconstrução parte da sensibilidade do profissional docente, que permeado pela sua construção teórica, visão de mundo entende a escola em seu conjunto: professores, funcionários, coordenadores, diretor, alunos, pais, comunidade onde a escola está inserida, parte em busca de uma melhoria em seu fazer docente. 
Dessa forma, os desafios são muitos, o professor passa a ser um ser em construção permanente que vai aprendendo com os acertos e não acertos, para proporcionar uma relação saudável entre professor-aluno-comunidade. 



Referências

LIBÂNEO, J.C. Gestão e organização da escola: teoria e prática. Goiânia Alternativa, 2004.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Didática, o que é ?

Por Prof. Esp. Ricardo de Moura Borges.


( Arquivo pessoal de Ricardo de Moura Borges)

         O presente livro da autora Pura Lúcia Oliver Martins, nos convida a fazer uma reflexão sobre o papel da didática no contexto brasileiro, tendo como porto de partida dois acontecimentos importantes, a saber:  I Encontro Nacional de Professores de Didática ( 1972); e O I Seminário A Didática em Questão ( 1982).  Encontramos a organização do livro em quatro partes que são descritas por Pura Lúcia (p.10, 2012):

  1. Breve história da didática no Brasil, situando momentos históricos que tiveram uma importância significativa na construção da área, sobretudo em seus princípios fundamentais;
  2. Caracterização das formas assumidas pelo processo didático em diferentes contextos históricos, explicitando seus fundamentos e instâncias operacionais, bem como considerando os três elementos básicos desse processo -  o aluno, o professor e o conhecimento numa concepção determinada pelo ato de conhecer;
  3. Apresentação dos elementos didáticos: objetivos, conteúdos, método e avaliação, tal como apresentados na teoria e na prática;
  4. Indicação de princípios orientadores para a área da didática, na busca de práticas de interação entre professores e alunos pautada na sistematização coletiva do conhecimento. Ao final, exposição de uma tendência atual do processo didático.
           No primeiro momento temos a problemática suscitada no Brasil frente a ação didática onde foi-se questionada a sua função para a formação de professores, ou seja, para que serve? Para que intuito? Tendo em vista que no I Encontro Nacional de Professores de Didática, promovido no ano de 1972, na Universidade de Brasília, " buscava-se um professor tecnicamente competente, comprometido com o programa político-econômico do país" ( p. 25); enquanto que dez anos mais tarde, em 1982 no I Seminário A Didática em Questão, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, " a preocupação girava em torno da formação de um professor politicamente comprometido com a transformação social. 
             A partir dessa busca pela transformação social em período de termino da Ditadura Militar no Brasil são apresentados quatro momentos fundamentais: 

  • 1985 - 1988 - Período marcado por intensa participação social, conhecido como Dimensão do ato pedagógico;
  • 1989 - 1993 - Período marcado pela intensificação da quebra do sistema organizacional da escola, conhecido como Organização do trabalho na Escola.
  • 1994 - 2000 - Período marcado pelo aprofundamento da ênfase na problemática do aluno como sujeito concebido como um ser historicamente situado, conhecido como Produção e Sistematização coletivas de Conhecimento.
  • 2001 até os dias atuais - Período marcado pela ênfase na aprendizagem, conhecido como Aprender a aprender, diferente da concepção de aprender a aprender proposto pela Escola Nova. Atualmente o aluno deve ser preparado para um universo de pluralidades, onde deve-se formar um " trabalhador intelectualmente ativo, criativo, produtivo" (p.26).
          No segundo momento é apresentado as abordagens do processo didático, em seus fundamentos e instâncias operacionais no contexto das teorias pedagógicas. Temos: O processo de Transmissão/Assimilação; Aprender a aprender; Aprender a fazer; e por fim a Sistematização Coletiva do Conhecimento que expressam em peculiares contextos históricos indicando caminhos distintos na organização do ensino tanto pela Escola como pelo professor.
           No terceiro momento temos a importância "das formas e práticas de interação entre professores e alunos que deve ser a partir de um planejamento cuidadoso da ação docente, trazendo a distinção dos objetivos, a seleção, a organização dos conteúdos, a definição do método e a escolha de técnicas, dos instrumentos e dos critérios de avaliação".(p.65) . A autora estabelece o estudo referente aos tempos hodiernos, contudo não descaracteriza as outras possibilidades de ensino aprendizagem.
               No quarto momento temos: Princípios Orientadores da didática na perspectiva da Sistematização Coletiva do Conhecimento, que são caracterizados: a) Da Vocação Prescritiva da Didática a um modelo aberto de construção de novas práticas; b) Da transmissão á Produção do Conhecimento: Pesquisa-ensino, uma unidade; c) Das Relações Hierárquico-Individualistas para Relações Sociais Coletivas e Solidárias; d) Da Relação Conteúdo - Forma numa perspectiva linear de Causa-Efeito para uma Perspectiva de Causalidade Complexa; por fim, e) Do Aluno Sujeito Individual para o Campo Ideológico Individual do Aluno. Esses princípios " expressam a prática dos professores num contexto marcado pelos movimentos sociais de 1980 e 1990", que se fazem pela Sistematização Coletiva do Conhecimento.
          Em uma sociedade capitalista estamos inseridos em um contexto onde a escola deve atender as demandas sociais vigentes, portanto como nos afirma Pura Lúcia ( p. 80): " Essa forma marcada pela aquisição de competências tem como seu foco no aluno produtivo, sujeito de sua aprendizagem, responsável pela aquisição das competências previstas para sua formação". Onde temos uma educação marcada pela perspectiva do aprender a aprender, que se diferencia da Escola Nova. Continua a autora a dizer: " Essa é uma tendência das formas e práticas de interação entre professores e alunos do atual momento de reestruturação capitalista em que se assiste a uma mudança no foco de exploração: da força de trabalho braçal centrada na racionalização do tempo de trabalho para a exploração da força de trabalho intelectual". 


Referência Bibliográfica

MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2008.


Confira também:




quinta-feira, 13 de julho de 2017

Qual Meu Estilo de Aprendizagem?




Depois de completar as frases, decida qualo estilo descreve melhor o método como você aprende. Por exemplo, se você marcou três vezes a letra M em interativo e nenhuma vez alguma outra categoria, você pode ser um aprendiz interativo. Esta identificação pode confirmar o que você já sabe sobre como aprender melhor.

Depois de ler cada frase, indique se a afirmação se aplica a você:

M = Muito.
R = Razoalvelmente
P = Um Pouco.
N = Nem um pouco, ou Muito Pouco.

INTERATIVO

- Faço meu trabalho melhor quando estou com outras pessoas;
- Gosto de um ambiente de trabalho colorido;
- Gosto de elaborar respostas dissertativas mais que preencher lacunas com respostas definidas;
- Vejo-me como amigo de meus alunos;
- A pior coisa que poderia acontecer em minha classe é que os alunos não conseguissem relacionar-se;
- As pessoas me descrevem como um indivíduo agradável.
- Parte de minha identidade está baseada no número de amigos que tenho e na força destes relacionamentos.
- Três palavras que me descrevem são amável, participativo e carinhoso.


ANALÍTICO

- Faço meu trabalho melhor sozinho, após conseguir as informações que preciso de livros ou outros professores.
- Gosto de trabalhar em uma escrivaninha ou mesa.
- Gosto de resolver problemas encontrando a resposta certa.
- Eu me vejo como transmissor de informações para os meus alunos.
- A pior coisa que poderia acontecer em minha classe é que os alunos não aprendessem os conceitos corretamente.
- As pessoas me descrevem como alguém talentoso.
- Parte da minha identidade está baseada em quanto os outros acham que sou talentos.
- Três palavras que me descrevem são racional, analítico, talentoso.


PRAGMÁTICO

- Faço melhor meu trabalho sozinho, reunindo informações que funcionem.
- Gosto de trabalhar com minhas mãos tanto quanto com minha mente.
- Gosto de resolver problemas conferindo minhas próprias ideias.
- Vejo-me como treinador, ajudando meus alunos a fazerem o que precisa ser feito.
- A pior coisa que poderia acontecer em minha classe é que os alunos não aprendessem a viver conceitos de modo prático.
- As pessoas me descrevem como trabalhador eficiente, uma pessoa produtiva.
- Três palavras que me descrevem são ativo, realista e prático.


DINÂMICO

- Faço meu trabalho melhor formulando novas ideias e tentando coisas que muitos não arriscariam.
- Gosto de brincar com novas ideias, formando suposições sobre o que funciona.
- Gosto de resolver problemas imaginando soluções ou seguindo intuições.
- Vejo-me como facilitador ou estimulador de ideias para meus alunos.
- A pior coisa que poderia acontecer em minha classe é que os alunos não aproveitassem o que aprenderam e tornassem este mundo um lugar melhor.
- As pessoas me descrevem como um indivíduo altamente criativo.
- Parte da minha identidade própria está baseada em quantas ideias novas eu tenho.
- Três palavras que me descrevem são curioso, líder, criativo.


Baseado nestas afirmativas, eu penso que:

- Meu estilo de aprendizagem mais forte é_____________________________________________.
- Talvez, este quadrante seja seu " hospedeiro base",o local onde você se sente mais confortável ensinando e aprendendo.
- A maioria dos alunos que provavelmente me escapariam são os mais fortes nestes dois quadrantes de estilo de aprendizagem: _______________________________+_______________________________________.

Parte Integrante da Palestra: Estilos de Aprendizagem: Editado por Daniela Rosa A:S. Pereira ( pedagoga)










domingo, 9 de julho de 2017

Valei meu padrinho, Padim Ciço !

  " Meus amiguinhos, quem matou não mate mais ! 
   Quem roubou não roube mais! 
    Quem pecou não peque mais! 
   Os amancebados se casem!
( Pe. Cicero Romão Batista)1

Por: Prof. Esp. Ricardo de Moura Borges. 
















                   Enquanto estudante no Curso de História ( graduação na UFPI), nunca tive a oportunidade de ir a Juazeiro encontrar o lugar de morada do tão conhecido e falado Padre Cícero, apenas agora como professor de história tive a oportunidade de ir ao lugar de morada do padre Cícero, deparando com a história e a lenda, mito misticismo envolto na fé daquele lugar. 
                         O jornalista Jaime Klintowitz nos apresenta o Padre Cicero em seu livro a História do Brasil em 50 frases em uma forma peculiar. Assim, " O padre Cicero Romão Batista tinha 28 anos quando em 1872 se instalou no Juazeiro do Norte, no Ceará, então um arraial com duas ruas e trinta casas de taipa. Ele mandou no Vale do Cariri até morrer em 1934". Tanto a epigrafe como as histórias que são contadas por diversos estudiosos nos apresentam o padre, o prefeito, o coronel, o homem nordestino que se transformou em um mito, com diversas histórias, tradições e saberes populares. 
                          Cicero fez os votos de castidade aos 12 anos de idade, onde teve a inspiração de São Francisco de Sales. Jesus Cristo teria aparecido pessoalmente em sonhos e teria carregado o padre de cuidar dos pobres do sertão nordestino. As pessoas da época já falavam das muitas curas obtidas graças a intermediação do padre á Jesus Cristo.  Mesmo hoje ao visitar o horto onde encontramos o museu do Padre Cicero ficamos abismados com a quantidade de pessoas que deixaram seus relatos de fé ao pedir interseção ao padre e ser atendido, curado de diversas enfermidades, basta entrar nas salas do museu e apreciar a quantidade imensa de súplicas e agradecimentos por preces atendidas. 
                           O fato de maior destaque em vida do Padre foi o de 1889 ( ano da proclamação da República do Brasil), onde o padre afirmava que no momento da comunhão, a hóstia tornou-se em sangue diversas vezes ao ser entregue na boca de uma beata. Hoje vemos duas imagens de cera representando o Padre Cícero e a Beata, onde no museu temos o relato que os restos mortais da mesma posteriormente após sua morte nunca mais foram encontrados. No ano do acontecimento, foi o estopim para que Cícero fosse banido da Igreja, onde primeiro o Bispado de Fortaleza foi investigar o caso e encaminhou para a Santa Sé. Mesmo afastado e impedido de celebrar a missa, muitos sertanejos da época o buscavam constantemente. A cidade de Juazeiro era uma cidade de médio porte, com ruas repletas de romeiros, vendedores ambulantes e diversos beatos vestidos com roupas franciscanas. Não diferente de hoje em 2017 onde encontramos muitos ambulantes, vendedores de terços, e outros artigos religiosos. Diz-se que a mensagem de Padre Cícero era a mesma: " Meus amiguinhos, quem matou não mate mais!Quem roubou não roube mais! Quem pecou não peque mais! Os amancebados que se casem!. 
                            No horto é celebrado atualmente uma missa a cada hora onde muitas pessoas estão sempre presentes vindas de várias regiões do Brasil. Também temos a estátua de Padre Cícero onde muitos sobem e escrevem seus nomes pedindo graças a serem alcançadas ou agradecendo graças alcançadas a Jesus Cristo por meio do padre Cícero Romão Batista. 

1 A descrição da benção diária do Padre Cícero é do historiador Frederico Pernambuco de Mello, em Benjamin Abrhão, entre anjos e cangaceiros. Escrituras: São Paulo: 2012.
Referências

KLINTOWITZ, Jaime. A História do Brasil em 50 frases. Rio de Janeiro: Leya, 2014.