domingo, 25 de fevereiro de 2018

Jornal Corujinha - Escola PEC - 2018





Acesse a Primeira Edição do Jornal Corujinha da Escola Estadual Pedro Evangelista Caminha, com publicações, charges, desenhos e muito mais, produzidos pela comunidade escolar apresentando de forma interativa e dinâmica uma reflexão sobre a escola contemporânea. 
   Basta clicar em: CORUJINHA JORNAL 2018 para ter acesso. Boa leitura!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

A Revolução dos Bichos - É Hora de Ler 7 . 2018

Por Ricardo de Moura Borges



 ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. São Paulo: Globo, 2000. p. 118.

           A presente obra é marcada por uma peculiaridade pertinente, pois é uma daquelas obras que contam uma história fabulosa, mas quando o leitor torna-se atento percebe que a mesma está arraigada de uma critica social. O autor Eric Blair publicou essa obra em 1945, na Inglaterra, justamente em um período em que a história mundial estava finalizando a segunda Guerra Mundial.  Possui uma narrativa simples, agradável e de fácil compreensão, contudo foge dos padrões das histórias que estamos acostumados de ouvir ou ler, sendo que o fim não está marcado de " todos viveram felizes para sempre", mas demonstra uma análise dos tempos sociais que estão sendo vivenciados em uma visão politica de mundo.
           A história se passa numa fazenda, " a Granja do  Solar", onde o fazendeiro Jones é desapropriado pelos animais que são mal tratados, passando fome e sede, assim começa a revolução, mas está é conscientizada anteriormente por um Major ( porco), teve um sonho, que começa a questionar sobre a natureza da vida dos animais, que está pautada em servir o ser humano, assim como as galinhas que oferecem ovos e carne, como as vacas que oferecem carne e leite, assim como os porcos que oferecem carne, e os demais que trabalham cotidianamente mas não são gratificados como deveriam. Esse processo de conscientização leva a afirmativa de que p. 9 " O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, não põe ovos, é fraco demais para puxar o arado, não corre o que dê para pagar uma lebre", chegando a compor uma melodia, que é repassada para os demais animais, conhecida como 'Bichos da Inglaterra '.
                 O major após três noites faleceu e o corpo foi enterrado no fundo do pomar. O que aconteceu foi que p. 15 " As palavras do Major haviam dado uma perspectiva de vida inteiramente nova aos animais de maior inteligencia da granja". Estes animais que tomaram a frente da mobilização eram justamente os porcos.  Os três porcos que aparecem na história com grande destaque são : Bola de Neve, Napoleão e Garganta, ambos com suas personalidades, nem sempre concordando uns com os outros, mas sempre "orientando" os demais animais para a verdadeira revolução dos Bichos. Como o fazendeiro Jones se demonstrava como um tirano, esquecendo até de alimentar os animais ficou muito mais fácil haver uma revolução na fazendo, sendo que ao expulsarem o fazendeiro, fecharam a casa grande e estabeleceram sete mandamentos, a saber: 1 - Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo; 2 - O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo; 3 - Nenhum animal usará roupa; 4- Nenhum animal dormirá em cama; 5 - Nenhum animal beberá álcool; 6 - Nenhum animal matará outro animal; 7 - Todos os animais são iguais; Todos os domingos era estiada a bandeira verde com os símbolos da revolução. 
                      Os ideais primevos, pareciam solidificar uma convivência que parecia ser maravilhosa, contudo, percebeu-se logo que aqueles que dominavam uma cultura letrada " superior", ou seja, os porcos passaram a demonstrar habilidades para manusear os sete mandamentos ao seu favor. Foi o que aconteceu quando Bola de Neve e Napoleão se desentenderam por causa da construção de um Moinho de Vento, onde Bola de Neve fugiu para não ser morto, ferindo assim o sexto mandamento, mas acrescentando que ao menos que este animal não seja inimigo validando assim tal lei; ou quando os porcos apareceram tomando uísque ou cerveja na casa grande, onde foi acrescentado a palavra em Excesso. Um dos personagens mais intrigantes foi Sansão um cavalo forte e robusto que incorporou duas máximas para sua vida: " trabalhar sempre" e " Napoleão tem sempre razão". Quando Sansão mais precisou da ajuda pois estava doente dos pulmões, os porcos não pensaram duas vezes e logo mandaram ele para um carniceiro, dando a entender que ainda ganharam dinheiro pela morte de um dos animais mais fiéis aos princípios do Animalismo. A máxima do Animalismo era p. 31 " QUATRO PERNAS BOM, DUAS PERNAS RUIM". 
               Houve algumas tentativas de invasão na fazenda por parte de Jones e por outros fazendeiros que tinham interesses em conseguir a fazenda e os animais, contudo não tiveram exito graças a bravura dos animais, mesmo assim percebeu-se que aqueles que dominavam a casa, agora porcos que compravam aquilo que a fazenda não podia produzir, como ferraduras, tornaram-se a cada momento, a cada dia mais semelhantes aos homens, chegando ao ponto de vestirem das roupas do senhor Jones e segurarem chicotes para obrigar os animais a trabalhar.  Encontramos essa relação quando na mesa de jantar são convidados fazendeiros para comemorar o crescimento da fazenda, que se está cada vez mais próspera, onde a fazenda enriquece mas os animais continuam pobres como no início ou até antes da revolução. Assim, concluir em seu discurso um fazendeiro chamado Sr. Pilkington p. " Se Vossas Senhorias têm problemas com vossos animais inferiores, nós os temos lá com nossas classes inferiores". Os animais que moravam na fazenda observavam o jantar pela janela e ficaram perplexos no momento em que o fazendeiro homem e o porco e seus familiares porcos começaram a discutir, concluindo que p. 118 " As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem, quem era porco".
                  Uma da obras mais impactantes ao percebemos a crítica feita pelo autor aos ideiais do Major que poderia ser o velho Karl Marx, que propôs o Comunismo, mas não viu sua concretude e a sua aplicação de forma distorcida dada pelos governantes Russos: Lenin e posteriormente Stalin que apregoaram ideias comunistas de cunho que favorecesse o bem de todos, mas que passaram a determinar ordens, duras ou seja ditatoriais. Seria Marx o Major (porco), Lenin ( Bola de Neve - porco) e Stalin ( Napoleão - porco), na história de George Owrell? Não foi a toda que Eric Blair usou esse pseudônimo. No Brasil essa obra foi publicada nos anos de 1964 ( interessante em pleno incio da Ditadura Militar 1964 - 1985). Será que ainda encontramos governantes assim? O que realmente precisa mudar para que de fato uma revolução comunista aconteça? Aliás o comunismo seria o melhor caminho? Ou o capitalismo um dia irá ruir mostrando outra possibilidade? E o socialismo por onde anda? Inferimos que o autor do livro nascido em 1903 e morrendo em 1950, sendo em sua vida jornalista e crítico inglês foi um socialista que atacou tanto o comunismo quanto o capitalismo.
              Esperamos por você na próxima resenha. Não perca! Pois ler é o caminho!   

Confira o filme produzido em 1999:


domingo, 11 de fevereiro de 2018

Fundamentando Pedagogicamente o Ensino Religioso. É Hora de Ler 6. 2018

Por Ricardo de Moura Borges



RODRIGUES, Edile Maria Fracaro. Fundamentando Pedagogicamente o Ensino Religioso. Curitiba: InterSaberes, 2013. p. 173.

        Uma obra de fundamental importância para o aprendizado e aprofundamento sobre uma disciplina que tem pouca carga horária nas escolas, mas que se faz como importante para a formação das dimensões do ser humano. Está dividido em seis capítulos, onde destacamos na sequência de capítulos: Ensino Religioso na Construção de uma Identidade Pedagógica; O Ser Humano, um Ser Questionador; O Ser Humano, Um Ser Sociocultural; O Ser Humano, um Ser Investigador; Desenvolvimento da Experiência Religiosa; e no último capítulo, Conhecimento Religioso: Resultados de um Processo.
               Partido do pressuposto de que o Ensino Religioso é um desafio a ser enfrentado, onde deve-se tratar de pensar o mesmo contemplando as diversas possibilidades de manifestação, lutando contra as formas de preconceito, entendemos que em muitas realidades escolares e discursos proferidos quer por professores ou alunos encontramos uma dogmatização, catecismo ou orientação para uma única possibilidade de manifestação religiosa. O fato de ser facultativo, a compreensão de sua natureza e tratamento metodológico a ser efetivado na sua prática são problemas a serem encarados na realidade escolar. 
           O Ensino Religioso fundamenta-se como área do conhecimento, por isso o livro se fundamenta em três áreas do conhecimento de suma importância: a antropologia, sociologia e a psicologia da criança. Dessa forma, tem como objetivo identificar o processo do conhecimento religioso. Tendo em vista que não é através da teologia que o livro se debruça, mas justamente sobre a perspectiva da Ciência da Religião com a finalidade de favorecer a compreensão do Ensino religioso na esfera nacional. Assim, o livro passa por uma contextualização do Ensino Religioso, depois coloca elementos da identidade deste componente curricular nas escolas demonstrando que o ser humano tem como foco o processo, daí entendemos as dimensões apresentadas acima: aspectos antropológicos ( o ser humano, um ser questionador); aspectos sociológicos ( o ser humano, um ser sócio cultural) e psicológicos ( o ser humano, um ser investigador). A cultura é de fundamental importância a ser estudada, pois esta molda as concepções do ser humano.
          Entendemos que o processo de formação do ensino religioso da-se desde sua formação tenra, onde os pais, as instituições religiosas, a cultura imprime as concepções de religião de cada sujeito. O ensino Religioso  nas escolas em nosso tempo tem um papel diferente de quando a religião oficial do da nação se separou do estado em 1989, quando existia uma aversão com princípios do positivismo no Brasil, apresentando uma laicidade. Como salienta os autores do livro, p. 9: " COMO ÁREA DO CONHECIMENTO, O  Ensino Religioso tem como proposta analisar e pesquisar o campo religioso dentro de sua diversidade, a partir de uma visão ampla. Hoje, o papel do Ensino Religioso na escola é demonstrar e formar alunos críticos que venham a desempenhar uma autonomia no processo investigativo, não desconsiderando a religião ( que é uma forma de conhecimento), mas demonstrando capacidade de entender as diversas possibilidades de manifestações religiosas, saindo do campo da intolerância religiosa. 
            Como destacado acima em caixa alta, percebemos que estamos marcados por uma cultura, ou uma forma de pensar que descaracteriza o Ensino Religioso como área do conhecimento, por isso é necessário destacar a sua importância frente aos desafios enfrentados pelo professor e aluno nas escolas. Assim, como salienta os autores p. 9 e 10: " Sabemos que a Família e a Igreja, são espaços por excelência da reflexão do conhecimento religioso,  mas a escola pode ser um espaço privilegiado para se realizar tais discussões. Longe de quaisquer forma de proselitismo, o espaço escolar pode dar a todo indivíduo a oportunidade de refletir sobre as questões fundamentais de sua existência favorecendo a inserção do aluno no dia-a-dia, nas questões sociais marcantes e em um universo cultural maior". Mas como isso é possível? Primeiro por uma formação solida do professor em Ensino religioso, e não só deste mas de toda a comunidade escolar, para depois por meio de um processo atingir a consciência e maturidade dos alunos para agregarem as ferramentas necessárias no seu processo de desenvolvimento social. 
             O propósito desta resenha não foi apresentar os capítulos separadamente como nas demais resenhas, mas demonstrar como um todo a reflexão proposta pelos autores do livro, mas destacamos a importância da psicologia da educação no processo de ensino-aprendizagem, apresentado no capítulo dois do livro, onde encontramos: 2.2 O desenvolvimento cognitivo segundo Piaget; 2.3Vigotsky: O Pensamento e a Linguagem; e, 2.4: Wallon e a Gênese da Inteligência; Aqui entendemos a necessidade de estudo destes autores que tratam justamente sobre o processo de formação do ser humano em suas diversas fases de vida demonstrando o que é característico de cada fase. 
              Assim, para não concluir entendemos que essa sensação que todos temos de finitude nos leva a um conflito constante nos mostrando a necessidade de busca do Transcendente tanto nos rituais como em outras formas simbólicas. Quando tomamos consciência de nós mesmos ( identidade - até hoje não sei me definir - pensamento do resenhista), dos outros ( alteridade) e do espaço que ocupamos ( cultura), passamos a nos preocupar com o inicio e o fim de nossos destinos. De onde viemos? O que há após a morte?. Contudo, a perspectiva do livro é de compreender o desenvolvimento da criança, suas inquietações sobre a realidade desconhecida. Piaget identificou e estudou o pensamento e a inteligência desde criança até o adulto. Já Vigostsky investigou o papel dos mediadores simbólicos, e destaca-se sobre o estudo da linguagem como processo de formação da mente. Por último Wallon, mostra um estudo sobre a gênese da inteligência é de cunho genético ( de pais para filhos), e organicamente social. Os homens organizam-se por meio da atualização constante da cultura. Dessa forma, o aluno que tem a oportunidade de viver com o diferente, a partir de diversas manifestações religiosas demonstram uma possibilidade de abertura para o conhecimento. Durante a leitura deste livro lembre de uma experiência de campo que tive quando cursava a disciplina Filosofia das Religiões no curso de graduação Licenciatura em Filosofia, onde penso que foi justamente em contato com outras tradições tive um enriquecimento cultural, intelectual quebrando com preconceitos e intolerância religiosa antes tidas. Justamente nessa perspectiva que o livro nos leva a refletir sobre o papel da escola e importância do Ensino Religioso. 
Caro leitor, esperamos por você na próxima resenha! Não Perca, pois, Ler é o Caminho!

           



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Curso de Filosofia - É Hora de Ler 5.2018

Por Ricardo de Moura Borges


REZENDE, Antônio ( Org). Curso de Filosofia: para Professores e alunos do curso de segundo grau e de graduação. 13ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

        O presente livro busca de maneira articulada desenvolver um pensamento sobre alguns filósofos em um contexto histórico abordando suas linhas de pensamento. Está dividido em dezesseis capítulos, onde cada um é desenvolvido por um professor de filosofia de uma universidade, sendo o ultimo capítulos dedicado a filosofia no brasil escrito pelo organizador do livro. Apresentam-se os capítulos da seguinte forma: Pré-Socráticos: físicos e Sofistas de autoria de Maura Iglésias professora da PUC/RJ; Platão e as Idéias escrito por José Américo Motta Pessanha da UFRJ; O Realismo Aristotélico por Maria do Carmo Bettencourt de Faria, UFRJ; A filosofia Cristã por José Silveira da Costa, UFRJ; O Racionalismo Cartesiano por Hilton Japiassú, UFRJ; O Empirismo Inglês por Danilo Marcondes, PUC/RJ e UFF; O Criticismo Kantiano por Valério Rohden, UFRGS; O Positivismo de Comte por Maria Célia Simon, USU; Hegel e a Dialética por Fraklin Trein, UFRJ; O Materialismo Histórico por Wilmar do Valle Barbosa, UFRJ; O Irracionalismo de Kierkegaard por Leda Miranda Huhne, USU, Nietzsche: Uma Crítica Radical por Vera Portocarrero, USU; O Existencialismo de Sartre por Gerd Bornheim, UFRJ; A Filosofia Analítica por Vera Cristina de Andrade Bueno, PUC/RJ e UFF e Luiz Carlos Pereira, Unicamp e PUC/RJ; Visões da Modernidade por Eduardo Jardim de Moraes, PUC, RJ e Kátia Muricy, PUC/RJ; e por fim a Filosofia no Brasil por Antônio Rezende.
          Em linhas gerais no contexto da obra, os artigos citados apresentam uma linguagem clara e um elemento fundante para a construção do pensamento filosófico, sendo justamente o contato do leitor com as obras dos filósofos. Assim, dependendo do artigo encontramos muitas citações que enriquecem o texto dando concretude a ideia do autor sobre um determinado pensamento. Destaco dentre os artigos, sobre a filosofia cristã, que apresenta os filósofos principais entre os dois momentos da filosofia medieval: Patrística e Escolástica em uma continuidade histórica, o que em apenas uma lida sobre o texto, fica fácil a fixação dos conteúdos na mente. Outro artigo interessante é sobre as visões da modernidade que apresenta três filósofos pertinentes para a construção de um alvorecer de uma nova época: Habermas, Hannah Arendt e Michel de Foucalt. Apenas agora com essa leitura entendi aquilo que demorei para aprender na universidade sobre o conceito de poder para Foucalt e espero em próximas pesquisas associá-lo a outros filósofos antes do mesmo, como por exemplo, durante a leitura me veio a cabeça sobre a lógica do poder em Maquiavel. Habermas por ser um filósofo da segunda geração da Escola de Frankfurt, destaca-se por sua visão ou ideologia tecnocrática caracterizando sobre p. 259 " a submissão da esfera da comunicação pela esfera do trabalho passa a não ser nem mesmo percebida pela massa da população, em função dos efeitos do surgimento de uma ideologia tecnocrata".
            A cada artigo encontramos no fim conceitos chaves sobre os temas propostos, somado com questões sobre o texto e questões para debate. Encontramos também outro filósofo que geralmente não está descrito, como por exemplo, na Odisséia da Filosofia. Soren Kierkegaard, que traz a reflexão sobre o irracionalismo colocando em destaque três dimensões do ser humano: a dimensão estética: a questão do prazer na obra Diário de um sedutor; A dimensão ética: questão da liberdade - O desespero humano; e por fim, temos a dimensão religiosa: questão da fé em sua obra Temor e Tremor. Para o filósofo a palavra chave seria angústia que é p. 217: é uma angústia simpatizante, uma simpatia antipática. É um sentimento de inquietude que está presente na fonte da livre opção. Não tem um objeto definido, como o medo; seu objeto é " quase nada". Não é uma falta, não é um fardo, nem mesmo um sofrimento como o desespero. É o solo próprio da liberdade. Nesse sentido, diz que " ela é a própria possibilidade de liberdade". 
           Para não concluir destacamos a importância de se falar na filosofia no Brasil, onde o autor destaca um certo menosprezo ou pouca existência de um conceito e ideias próprias de uma filosofia brasileira. No primeiro tópico temos: A Desqualificação do pensamento Brasileiro que destaca a historiografia dos dois primeiros filósofos brasileiros: Silvio Romero em sua obra A Filosofia no Brasil, 1878; e o Padre Leonel Franca em sua obra em A Filosofia no Brasil, in Noções de História da Filosofia, 1921. 
              O problema é que as duas obras se distanciam e exite uma rejeição por parte de suas ideias. Como salienta Rezende ( 2005, p.275): " Para ambos a causa da debilidade teórica de nossos escritores de filosofia provém da fonte extranacional, donde nutrimos nossas ideias. Apresenta-se Marilena Chauí e Maria Silva Franco como enfrentadoras dessas "ideias fora do lugar" trazidos pelos primeiros filósofos ou filosofantes no Brasil. Sendo o primeiro a pensar as ideias filosóficas entre nós foi Cruz Costa ao p. 276 " verificar o seu papel de instrumento de ação, e principalmente, de ação social e politica.  Outro pensador é o Ubiratan Macedo que usa o termo História das Ideias distinguindo da História da Filosofia. Como aponta Rezende ( 2015, p. 277): " A História das Ideias, porém, estuda estas, sem considerá-las  certas ou erradas, ou se as vigências de nosso tempo as aceitam ou não. Estuda-as tendo em vista sua influência e aceitação em determinada comunidade".  Nesse sentido existe uma aproximação ao pensamento miguelista onde o pensador deve se aproximar da realidade que o mesmo enfrenta. Na filosofia de mangas de camisa temos a justificação do uso do pensamento extranacional tendo em vista que estamos conectados a realidade extra nacional, como afirma Ubiratan Macedo ( 1977), " ... constitucionaliza-se, ensaia um regime representativo, participa do mercado internacional, adota o navio a vapor, os trens de ferro, o romance e o drama romântico e depois o romance e o drama naturalista e realista. Como nos diz Rezende 2015, p. 278: "Tobias Barreto em 1877 por ocasião do Clube Popular, que fundara o Discurso em Mangas de Camisa, designando com essa expressão o estilo de fala informal, sem preocupações retóricas, com que desejava se dirigir aos seus concidadãos no interior de Pernambuco". Chama atenção no decorrer do texto é que a filosofia passou a não ser considerada como aquela que problematiza os problemas sociais, mas em muitas das vezes essa reflexão cabe a outros pensadores, como : sociólogos, economistas, jornalistas dentre outros.
            Em uma linguagem clara e objetiva percebemos que essa obra é de fundamental importância e que pode ser acrescida nas aulas de filosofia no Ensino Médio e Superior, pois a cada leitura entendemos uma gama de possibilidades de se pensar a filosofia trazendo um enriquecimento e aprimoramento de ideias. 
           Caro leitor, esperamos por você na próxima resenha! Não Perca! Ler é o Caminho !