domingo, 14 de janeiro de 2018

História Moderna - É hora de Ler - Livro 2 . 2018

Por Ricardo de Moura Borges.




MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Contexto, 2016. 157p. 

           Este livro apresenta em uma linguagem simples e detalhada o processo de formação do período da história conhecido domo Idade Moderna, trazendo em sua introdução um título bem interessante: A Unificação da Terra, onde temos um relato sobre a luta contra a distância e a conquista dos mares do mundo. Classificado como Idade Moderna justamente pelas transformações ocorridas no século XV em diante com o mercantilismo, a religião cristã e o surgimento do protestantismo, as ideias dos renascentistas, dentre outros fatores.
                  Os capítulos estão divididos na seguinte ordem: O estado como obra de poder e arte; o humanismo fora da Itália; Entre religião e ciência; " a fabricação divina do rei; Os senhores do comércio e das financias; A cultura do povo; a Preparação do futuro; marcados por textos apresentados em boxes que complementam a reflexão do historiador. 
              Com curiosidades e perspectivas marcadas com uma reflexão de cunho autônomo do historiador atribui-se a esse elemento a riqueza do texto, fazendo da leitura agradável. A idade Moderna associada ao Renascimento e as grandes navegações, com feitos épicos marcaram com a unificação de pontos distantes da Europa. Assim, como delimita-se o início da Idade Média, com a queda do Império Romano no Ocidente e seu fim com a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 29 de maio de 1453 e seu fim marcado pela idade Contemporânea com a deflagração da Revolução Francesa em 14 de julho de 1789 inicia-se a Idade Contemporânea. 
              Curiosidades como por exemplo, a origem da palavra século p.11 " a palavra século latina saeculum era aplicada pelos Romanos a períodos de duração variável, ligada a muitas vezes à ideia de uma geração humana. Os cristãos, embora conservassem na sua antiga acepção, conferiam o sentido derivado da vida humana, vida terrena, em oposição ao além", apresentam uma contextualização aos discursos apresentados enriquecendo o texto e provocando clarificação ao esclarecer determinados termos, portanto, como continua " Mas no século XVI, certos historiadores e eruditos tiveram a ideia de dividir os tempos em porções  de cem anos. A unidade era bastante longa, a cifra 100 simples, a palavra conservava o prestígio do termo latino, e levou algum tempo a impor-se. Aqui é apresentado pelo historiador Jacques Le Goff no Enciclopédia Einaudi no texto " Calendário, onde " o primeiro século em que verdadeiramente se aplicaram o conceito e a palavra foi no século XVIII: a partir daí, esta cômoda noção abstrata ia impor a sua tirania à história". Outros historiadores também são apresentados como Julio Michelet ( 1798 - 1874), que p. 33 " usou pela primeira vez o termo Renascimento para nomear o vasto movimento que resultou na descoberta do mundo e do homem, dedicando o tema sétimo volume de sua monumental História da França".
              Termos como Anões em Ombros de Gigantes que na época do renascimento se fazia entender que eram os modernos ao se debruçarem nos textos dos antigos como Platão e Aristóteles, por exemplo, são discutidos também por aqueles que não aceitavam tal ideia, como p. " O humanista espanhol Juan Luís Vives (  1492 - 1540 ), condenou essa classificação, afirmando que nem os homens de seu tempo eram anões, nem os antigos eram gigantes. Ao contrário, os homens do século XVI, graças aos antigos, seriam até mais cultos". 
              No tópico O Estado como obra de Poder e Arte encontramos um dos períodos mais conhecidos em sala de aula, principalmente quando trabalhado nas aulas de filosofia onde percebemos o nascimento de uma Obra que marca o pensamento politico no Ocidente, a saber: O Príncipe de Maquiavel. Aqui o autor intitula Maquiavel e o poder do Príncipe justamente escrevendo sobre a lógica do poder em tempos tão difíceis para a cidade de Florença. Interessante que o olhar muda por exemplo quando percebemos como outros autores veem a obra, por exemplo, na p. 39 " Rousseau em uma nota ao Contrato Social, ponderou que Maquiavel era um homem ' bom e honesto ' amante da liberdade, mas não podia expressar esse sentimento devido à proximidade com os Médici".
            Por outros historiadores e sociólogos como Zigmunt Bauman vivemos na Era Pós Moderna. Qual será o próximo período da História depois do nosso? Na verdade todas as pessoas na humanidade viviam na Idade Contemporânea, ou seja, se voltássemos no tempo jamais um camponês de um feudo ou um grego antigo diriam que estariam morando na Idade Média ou Idade Antiga, mas sim na sua contemporaneidade. Dessa forma a história, o historiador demarca esses tempos, para melhor qualificar épocas de transformações sociais, econômicas, politicas, religiosas de uma determinada época espaço temporal, colocando assim um olhar sobre determinado período. 
               Caro leitor não perca as reflexões do próximo livro. Ler é o caminho!

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