sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Me formei! E agora? O que fazer? Uma possível apologia?

           
Por: Ricardo de Moura Borges. ( Professor de História do Ensino Médio)


















           Diante de uma sociedade permeada pelo capitalismo e uma constate construção de inovações, o formando em licenciatura depara-se com diversos dilemas e percebe que a graduação escolhida deve passar por uma atualização constate. Muitos falam que existe um distanciamento entre o saber construído na universidade e o saber na escola de ensino fundamental e médio. Diante disso, depois da formatura, o licenciado é convidado a experimentar a realidade escolar, que tornou-se " distante", de certo modo, com o saber adquirido na universidade.
         O saber histórico, por exemplo, não diria que se distancia dessas duas realidades. Pois, ao perceber que existe uma ligação desde o período formativo, a exemplo, destaco o Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência ( PIBID), do qual tive a oportunidade de participar, mostrando o quanto deve-se entender a realidade escolar e universitária como realidades aproximadas e não distantes. E também os estágios que são iniciados desde o sexto período do curso de licenciatura. 
        Como acadêmico, passando por experiências novas, como produção de artigos, inserção grupo de teatro, estudo de disciplinas que ampliam a visão da historiografia, eventos como a Semana de História que acontece anualmente na Universidade Federal do Piauí, percebo que existe de fato uma ampliação daquilo que conhecemos por História desde o ensino fundamental e médio.
          A experiência de retorno a uma sala de aula, não mais como aluno, nem pibidiano ( termo derivado da sigla PIBID), mas sim como docente de conteúdos no ensino médio, me trouxe muitas reflexões pertinentes, por que ao mesmo tempo que o individuo passa a ser professor de história, ele constrói também uma história. Eu sempre defendi que somos formados na Universidade Federal do Piauí - campos de Picos - PI, como historiadores ( produtores de textos históricos, problematizantes e reflexivos) e também professores de história ( visto em um sentido não apenas conteudista - onde destaco, que o domínio de conteúdo é de fundamental importância, mas além disso trazendo questionamentos pertinentes em sala de aula, mostrando uma criticidade daquilo que entendemos por fatos e datas históricas). 
         Para além disso, a formatura torna-se um momento privilegiado, onde percebemos que o tempo de dedicação, esforço, vontade, percalços e vitórias atingem o seu ponto culminante. Aqui e na entrega do diploma é onde percebemos o quanto aquele papel tem um significado maior que o demonstrado nas letras diplomáticas. Eu diria, que é um momento metafísico ( para meus alunos de metafísica do ensino médios - sabem o que estou dizendo), e físico com a concretização, problematização e atualização da história em sala de aula. Também um incentivo, para todos aqueles que desejam adentrar nos caminhos da História acadêmica, pois garanto que vale apena, não apenas na ampliação de conhecimento historiográfico, mas crescimento humano como um todo, atingindo as dimensões: intelectiva, espiritual e humano afetiva.  
          Esse texto, não é apenas uma apologia ao curso de História, mas é um agradecimento vivenciado recentemente no momento da formatura, que deve ser compartilhado como motivador para todos aqueles sonham em ingressar nos diversos cursos universitários e perceberem que o ensino fundamental e médio são pontos de continuidade para a universidade e não isolados como muitas vezes o senso comum demonstra.  

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