sábado, 27 de agosto de 2016

Reunião de Pais e Mestres - Escola PEC 26/08/2016

      Por: Prof. Esp. Ricardo de Moura Borges. ( Filosofia)





Confira as palavras do diretor nesse vídeo:



         No dia 26 de agosto de 2016 a reunião de pais e mestres na escola Pedro Evangelista Caminha, com a finalidade de esclarecer para os pais os rumos da escola, a destacar: a avaliação qualitativa, os projetos desenvolvidos pela escola: Patativa do Assaré, Café literário, Matemática em toda Parte, Olimpíadas de Filosofia, dentre outros; a questão da merenda escolar, estrutura das salas de aula, corpo docente e discente da escola.
         A reunião de pais e mestres se faz de fundamental importância destacando que a escola torna-se uma família, ou uma extensão da família. Demonstrando uma relação não apenas de alunos com professores mas de professores com os pais dos alunos, aceitando-os em sua diversidade como bem ressalta Parrenoud, 2000, p. 124, ao dizer que:



A parceria é uma construção permanente, que se operará melhor se os professores aceitarem tomar essa iniciativa, sem monopolizar a discussão, dando provas de serenidade coletiva, encarnando-a em alguns espaços permanentes, admitindo uma dose de incerteza e de conflito e aceitando a necessidade de instâncias de regulação. (Perrenoud, 2000).


            Dessa forma entendemos, que a realidade escola-sociedade se faz presente e não é dissociada. A interação dos pais na escola se faz de fundamental importância, para perceber as necessidades e os caminhos trilhados por seus filhos no processo formativo. Essa construção dá-se não por professores ou gestores já construídos e acabados, que vão formar alunos, mas por um processo de permanente desconstrução de realidades que não se adequam ao hoje existencial, para uma nova reelaboração de metodologias que respondam as questões hodiernas.
            Como ressaltou o Coordenador Pedagógico Luis Acleudes: “ O aluno de décadas anteriores precisava na escola memorizar todas as capitais dos estados brasileiros ( sem problematiza-los – palavra do autor), hoje o aluno tem o mapa com as capitais nos seus celulares”, enfatizando que :  “ A  tecnologia digital hoje permite o conhecimento fora e dentro da escola, portanto, a escola não é mais a detentora de conhecimento, como era dada antes”.
            A exposição torna-se pertinente para que os pais dos alunos percebam as novas realidades enfrentadas pela sociedade, dentre suas diversas instituições, pois esse repensar passa pela família, igreja, politica e consequentemente pela escola. A Escola, portanto, não deve ser pensada de forma homegenea, onde funciona em todos os cantos da terra, ou do Brasil da mesma forma, embora tenha uma grade curricular semelhante, livros didáticos e professores formados em áreas distintas mas iguais para todo o território brasileiro, por exemplo.
            A solução encontrada e discutida no planejamento, foi o esclarecimento de que os professores e a gestão devem se adequar a realidade encontrada, ora um professor não pode ter o mesmo rítimo de uma aula dada em um colégio particular, e transferir a mesma didática para outra escola, no caso a Escola Estadual Pedro Evangelista Caminha, sem antes fazer um diagnóstico da realidade. Como bem aponta Luckesi, 2002, p.23 ao dizer que:


(...) avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da qualidade do objeto avaliado, fator que implica uma tomada de posição a respeito do mesmo, para aceitá-lo ou para transformá-lo. A avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tenso em vista uma tomada de decisão.


            Aqui Luckesi está falando da avaliação dada pelo professor e aluno, mas essa avaliação pode ser ampliada para que tanto gestores e professores conheçam a realidade onde estão situados.
Nessa avaliação ampliada em sentido de entender a realidade escolar para depois agir, percebemos a importância de se aproximar da realidade onde se situa a escola, como por exemplo fazendo os seguintes questionamentos: de onde vem os alunos? Quem são seus pais? Qual o grau de escolaridade dos pais dos alunos? Quais são os seus empregos? A realidade é agraria? Quais as comunidades que a cidade de Geminiano atende? Existe discriminação de comunidades ou de alunos? Dentre outras perguntas que vão surgindo no decorrer das informações.
Nesse sentido avaliativo diagnóstico fica entendido que conhecendo a realidade vivenciada fica mais acessível um plano de ação eficaz, para aproximar o aluno da realidade em questão aos conhecimentos necessários para uma humanização constante do individuo. Ora, é necessário perceber que a escola tem essa função de humanização ressaltando características antes não percebidas pelos estudantes, assim desenvolvendo suas potencialidades.
Como sequência diagnostica o professor deve fazer também com seus alunos, em suas aulas especificas uma tempestade mental, ou seja, entender o que os alunos já sabem sobre determinado conteúdo para poder efetivar o seu plano de ação na realidade de conhecimento já encontrada. Como salienta HAYDT, 2000, p. 20:


Não é apenas no início do período letivo que se realiza a avaliação diagnóstica. No início de cada unidade de ensino, é recomendável que o professor verifique quais as informações que seus alunos já têm sobre o assunto, e que habilidades apresentam para dominar o conteúdo. Isso facilita o desenvolvimento da unidade e ajuda a garantir a eficácia do processo ensino – aprendizagem.


O desenvolvimento dessas potencialidades até meses atrás era medida unicamente por uma prova que era realizada no fim de cada mês, para medir, ou seja, saber o que o aluno realmente aprendeu. Percebeu-se que nem sempre essa forma era a mais viável possível. Como afirma VASCONCELOS, 1995, p. 37, ao dizer que :


A prática da avaliação escolar chega a um grau assustador de pressão sobre os alunos, levando a distúrbios físicos e emocionais: mal-estar, dor de cabeça, “branco”, medo, angustia, insônia, ansiedade, decepção, introjeção de autoimagem negativa. Uma escola que precisa recorrer à pressão da nota logo nas series iniciais, em certamente, uma triste escola e não está educando, é uma escola fracassada.


Essa realidade está sendo mudada, como afirma o diretor da escola PEC ao afirmar que “ A avaliação qualitativa não é uma mudança que se dará do dia para noite, mas um processo paulatino onde veremos os resultados no futuro”. Dessa forma, rompendo com o método tradicional de avaliação que foi dada como correta e inquestionável em tempos passados, mas que nos tempos atuais precisa ser repensada e reformulada.
Essa extensão dada na reunião de pais e mestres traz muitas contribuições positivas para a reavaliação dos professores enquanto formadores de opiniões ( palavra tão cara para a filosofia, tendo em vista que opinião é uma inimiga mortal de Platão – mas deixemos para outro momento de discussão a doxa...), onde fica evidente dois lados da moeda: primeiro o professor pode ser um incentivador e promotor de um saber antes não conhecido pelo aluno; e também, pode ser um desmotivador, rebaixando o aluno ou colocando situações problemas que injetam desanimo nos discentes.
É um momento de auto avaliação para todos: os pais pensarem como estão a educação dos filhos dada na escola, os filhos pensarem sobre seu processo formativo ( escola e família em casa), os professores auto-avaliarem seu processo de ensino aprendizagem, a direção e coordenação repensarem os caminhos que a escola deve seguir para garantir uma melhor aperfeiçoamento do todo ( discentes, docentes, sociedade).


             


BIBLIOGRAFIA
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática, 2000.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 13º ed. São Paulo: Cortez, 2002.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
VASCONCELLOS, Celso dos santos. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 1995.


Confira mais fotos:
































(fonte: Arquivo pessoal do professor de filosofia Ricardo de Moura Borges).

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